espera por justiça (Foto: Arthur Barbalho/G1)
Três policiais militares do Batalhão de Choque da PM (BPChoque) respondem por tentativa de homicídio. De acordo com o comandante geral da corporação, coronel Francisco Araújo Silva, os envolvidos na abordagem são soldados e foram afastados das ruas. Uma sindicância interna foi instaurada para apurar a conduta adotada. O procedimento ainda não foi concluído e aguarda posicionamento da Justiça. Enquanto isso, os três continuam dando expedientes administrativos.
A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público em fevereiro deste ano. Desde então, os soldados Antônio César Xavier de Melo, Celinaldo da Conceição e Flávio Costa da Silva tornaram-se, oficialmente, acusados de tentativa de homicídio com dolo eventual, pois segundo a denúncia os agentes assumiram o risco de matar quando efetuaram os disparos contra o carro do bancário.
Segundo o juiz Rosivaldo Toscano, da 2ª Vara Criminal da Zona Norte de Natal, um dos policiais já apresentou resposta à acusação. "Determinei ao Comando Geral da PM que nos forneça os endereços onde os outros dois acusados podem ser encontrados para que sejam formalmente comunicados da acusação que pesa contra eles e possam ofertar suas defesas iniciais. Estamos aguardando o fim do prazo concedido à cúpula da Polícia Militar", explicou o magistrado.
saiba mais
Ainda de acordo com o juiz, existe a possibilidade de ainda este ano -
caso as defesas iniciais dos três réus não sejam acolhidas - ser
realizada a audiência de instrução e julgamento na qual o próprio
magistrado determinará se os três PMs irão ou não a júri popular.'Não posso me conformar'
"Você não vai ficar se lamentando, mas tem esse sentimento de perda. No começo não queria aceitar, mas com o tempo fui aprendendo a conviver com minha nova realidade. Até hoje não aceito, mas também não posso me conformar, senão situações como essa irão continuar acontecendo e ficarão impunes". Foi esta a resposta que Hudson deu durante a entrevista quando lhe foi perguntado sobre o que sentia quando soube que estava paraplégico e o momento atual, quando ainda aguarda por uma decisão da Justiça.
coluna do bancário (Foto: Hudson Figueiredo)
Ainda de acordo com Hudson, o susto fez com que ele tentasse sair rapidamente do local. "Não dava para ver que eram policiais", contou. Naquela noite, tinha acontecido um assalto e a Polícia Militar procurava por ladrões que estavam em um carro de cor prata. O meu veículo era branco e havia um carro batido na ponte", acrescentou.
Ao todo, de acordo com perícia feita pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), 13 tiros atingiram a lataria do veículo em que o bancário estava. Dois deles, transfixaram o banco do motorista e acertaram as costas de Hudson e uma das balas fraturou a coluna dele. "Naquele instante de segundo eu já não senti mais minhas pernas. Os policiais abriram a porta do meu carro, me pegaram pelos braços e me colocaram no chão. Depois fui colocado dentro de uma viatura e levado para o hospital", relatou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário