quarta-feira, 29 de abril de 2015

Com mudanças, tarifa de transporte coletivo, em Natal pode ir a R$ 4


Se consideradas todas as melhorias propostas pela Câmara Municipal de Natal ao sistema de o custo da tarifa de ônibus dentro da capital subirá dos atuais R$ 2,35 para R$ 4. A estimativa é da Federação de Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), considerando as emendas acrescidas pelos vereadores ao projeto de lei 04/2014, que cria as diretrizes do sistema. As sugestões encartadas vão desde uma catraca que limite a lotação máxima de passageiros em ônibus até 20% da frota nova por ano.
O texto final do projeto, aprovado pelos vereadores no dia 20 de abril, deve ser entregue nesta quarta-feira (29) pela mesa diretora da Casa ao prefeito Carlos Eduardo Alves. Desde a última quinta-feira (23), parlamentares da bancada governista tem se reunido com representantes do Município para discutir os vetos ao projeto. No total, 93 emendas foram encartadas ao texto. As sugestões, porém, ainda passarão pelo crivo da Procuradoria Geral do Município. A Prefeitura tem até  15 dias para finalizar a apreciação do texto.
De acordo com a secretária municipal de Mobilidade Urbana, Elequicina dos Santos, a STTU ainda não recebeu oficialmente as mudanças sugeridas, e não há como calcular o peso das mudanças na tarifa. Entretanto, alguns pontos já foram repassados na semana passada ao Instituto Rua Viva – consultoria contratada para auxiliar na confecção do edital de licitação dos transportes – para análise. A reportagem tentou contato por telefone com os consultores Liane Born e Ricardo Medanha na tarde de ontem (27), mas foi informada de que ambos estavam de férias.
“Cada item desse ela (a consultoria) fará uma simulação individual e cumulativa. Nossos técnicos ainda não fizeram esses cálculos”, afirmou a secretária. Entre os pontos já repassados estão as exigências de 100% da frota com ar-condicionado em até cinco anos; 20% da frota renovada anualmente; além das exigências de piso baixo, motor traseiro para os veículos. “Mas ainda acho muito prematuro dizer que é R$ 4 ou mais”, acrescentou.
O presidente da Fetronor, Eudo Laranjeira, afirma que, caso todas as sugestões sejam implantadas sem subsídio, a conta da tarifa subiria para R$ 4. Na ponta do lápis entram fatores como a redução do tempo de contrato de 15 para 10 anos, além da ampliação da gratuidade para idosos.
Para calcular, ele considera o custo do quilômetro rodado, estimado em R$ 4,20 para Natal, dividido pelo IPK (Índice de Passageiro por Km). Na capital, o índice é avaliado em 1,8, resultado da razão entre o número de passagens inteiras mais o número de estudantes dividido por dois.
De acordo com a titular da STTU, outro ponto que pesa é a redução da idade mínima para idosos terem acesso à gratuidade. Por emenda do presidente da Casa, vereador Franklin Capistrano, pessoas com mais de 60 anos já podem ter direito ao benefício. De acordo com o censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Natal possuía 27.334 idosos na faixa etária entre 60 e 64 anos. Acima de 65 anos, a população diminuía para 18.681 idosos.
Para a STTU, o subsídio da tarifa, apesar de sugerido na lei pelo Fundo Municipal de Transportes – e instituído como obrigatório pela Câmara – não era pensado para ser aplicado agora. “O problema é que era uma lei de diretrizes, mas se tornou tão pontual que não é mais de diretrizes. Há coisas que só deveriam estar no edital”, acentuou Flávio Nóbrega, integrante da comissão de licitação da STTU.
Tribuna do Norte

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