Quando chega o dia 1º de abril a população de Santa Cruz relembra um dos momentos que marcaram a história do nosso povo: A Enchente de 1981.
O projeto do reservatório desenvolveu-se entre setembro e dezembro de 1957. A sua construção teve início no ano de 1957 e foi concluída no ano de 1959. Desde 1960 sua conservação ficou a cargo da Prefeitura Municipal de Santa Cruz, município em que se localiza. Na noite do dia 1º de abril de 1981, estando o reservatório de Mãe D’Água em regime de sangria devido às intensas chuvas, recebeu uma contribuição extraordinária de seis pequenos açudes ao seu montante de água, ocasionando a ruptura. Em conseqüência, estima-se que um volume por volta de 5.000.000 m³ d’água, liberado instantaneamente, atingiu o reservatório de Santa Cruz, que sangrava normalmente, fazendo com que houvesse um transbordamento por sobre a parede do açude com lâmina superior a 1 metro. Em virtude disto, ocorreu sua ruptura em três pontos distintos numa abertura total de 160 metros.
Estima-se que o arrombamento do Açude Santa Cruz deu vazão instantânea a um volume de 12. 000.000 m³, descarregado diretamente sobre a cidade, acarretando a destruição de prédios municipais e de mais de mil residências construídas, deixando ao desabrigo cerca de 5.000 pessoas.
Uma ligação que salvou vidas em 1981
Maria de Fátima da Silva, é o nome da ex-telefonista que salvou mais de cinco mil vidas na região do Trairi. Em 2011, a deputada estadual Gesane Marinho homenagiou a telefonista, durante sessão solene em alusão ao Dia da Mulher da Assembléia Legislativa.
A ligação telefônica para o prefeito Hildebrando Teixeira, em Santa Cruz, fez toda a diferença e salvou várias famílias.
Durante o discurso de justificativa, a deputada Gesane lembrou que a telefonista representa um grupo de mulheres quase sempre esquecido. “São mulheres que, em gestos silenciosos e longe dos holofotes, ecoam consequências grandiosas para o nosso Estado”, argumentou. Bastante emocionada, Maria de Fátima agradeceu: “O dia de hoje me deixou tão feliz quanto eu fiquei quando salvei aquelas vidas”, resumiu a heroína homenageada.
Monsenhor Raimundo e o campanário que anunciou a tragédia
E os sinos badalavam, soavam, gritavam e alertavam para a fuga de suas casas. Se os sinos da torre-campanário da Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia falassem, talvez o momento marcante de sua história seria quando o Monsenhor Raimundo mandou tocar os sinos e usou o serviço de som externo do templo para avisar a população da tragéria que se aproximava.
A Igreja de Santa Rita foi o abrigo para muitos que fugiam das águas do Rio Trairi, que já atingiam as partes às margens do mesmo. Em poucos minutos o centro da cidade seria tomado pelas águas do reservatório que iria romper.
A Paróquia de Santa Rita de Cássia foi também peça fundamental na reconstrução da cidade.
1981: Hildebrando Teixeira Prefeito, Lavoisier Maia Governador, Figueiredo Presidente, Andreazza Ministro… Santa Cruz destruída!
O prefeito de Santa Cruz, Hildebrando Teixeira, que teve a casa da irmã destruída, afirma que no dia da enchente o governador Lavoisier Maia (na foto) pediu uma estimativa de moradias detruídas. ‘‘Disse que eram umas 500. Ele achou demais; quase uma cidade. Aí fiquei na dúvida. Quando sobrevoamos constatamos o dobro’’, lembra Hildebrando. Ele recorda que, passados oito dias da tragédia ainda não se sabia como resolver a situação, até a vinda do ministro Andreazza.
O ex-prefeito disse ainda que a água passou 20 minutos na cidade. E quando saiu, houve nova destruição. A enchente atingiu ainda os municípios de Tangará, Boa Saúde e Lagoa Salgada.
Arquivo Diário de Natal
Fonte:Wallace
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