terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Facções criminosas comandam crimes no falido sistema penitenciário do RN


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Gravações que mostra um preso da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal – a maior unidade prisional do Estado – em conversas com traficantes, trouxe grande preocupação para o sistema de segurança do Estado. Para o juiz Henrique Baltazar, titular da Vara de Execuções Penais, o Rio Grande do Norte precisa urgentemente de novos presídios.
“Claro que o sistema prisional potiguar precisa de muitas melhorias. Mas precisamos de novos presídios. Atualmente, as unidades estão superlotadas. Essa população carcerária muito alta dificulta o trabalho de controle dessas facções que agem dentro dos presídios do RN”. Nos áudios, que foram divulgados pela Inter Tv Cabugi, os detentos conversam sobre diversos assuntos com traficantes que estão fora da unidade prisional. Eles planejam como entrar com drogas e aparelhos telefônicos. “Depois que ele dá o baculejo, aí a mulher vai com dois telefones escondidos na mão, coloca na sacola e entra. Entendeu?”, diz um dos áudios.  Em outra conversa, um preso se oferece para matar alguém que esteja devendo para o traficante. “Quando um cara enrolar você e você vê que se prejudica naquele canto, você dá a ideia e nóis pega, tá ligado? Agora tem que ser um bagulho que tenha motivo. Não é por toda dívida que ninguém pode tá matando o povo”.
As interceptações telefônicas foram feitas durante as investigações da Operação Alcatraz, que foi desencadeada em dezembro do ano passado e cumpriu 223 mandados de prisão em 15 cidades potiguares e também nos estados da Paraíba, Paraná e São Paulo. Destes, 154 foram contra pessoas que já estão encarceradas.  De acordo com as investigações, duas organizações criminosas atuam no sistema penitenciário estadual, ditando diretrizes e princípios a serem observados pelos seus integrantes e articulando crimes fora dos presídios, tendo uma delas forte relação com outros Estados da federação.
“Essa situação realmente precisa ser investigada. Temos feito um trabalho de inteligência muito grande em todas as vertentes do sistema de segurança do Rio Grande do Norte, para conseguirmos identificar quem são essas pessoas que fazem esses trabalhos aqui fora para os detentos. Essas negociações que acontecem dentro dos presídios têm influência direta com crimes que ocorrem em todo o Estado”, declarou Kalina Leite, secretária de segurança do RN. Já o governador Robinson Faria destacou que a equipe de segurança tem feito estudos e até o final do mês trará um diagnóstico geral da atual situação do Estado. “Confio muito na minha equipe, que está trabalhando incansavelmente para melhorar a situação da segurança do Rio Grande do Norte. Pedimos um diagnóstico para o Ministério da Justiça sobre a mancha criminal do nosso Estado e iremos trabalhar em cima disso”.
Na semana passada o tenente da Polícia Militar, Leonardo Freire, foi nomeado como o novo titular da Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape). Ele disse que uma maneira de conseguir inibir as facções dos presídios é investir em tecnologia. “Nós precisamos usar tecnologia para combater essas facções. Precisamos de novos equipamentos para realizar as revistas e também queremos, da forma mais rápido possível, colocar antenas para bloquear o sinal dos celulares. É uma maneira mais urgente de conseguir evitar o contato desses detentos com pessoas de fora do presídio”, disse Leonardo.
O diretor da Coape ainda lembrou dos recursos perdidos pelo Governo passado. “Nos últimos anos, o Estado perdeu recursos que estavam disponíveis, pois não apresentou nenhum projeto. Temos algumas situações em andamento, como a ampliação de vagas nos CDPs (Cadeias Públicas) de Apodi e Parelhas, com 100 vagas cada”. Já Henrique Baltazar frisou que a falta de projetos não foi o único problema. “Para receber essa verba do Governo Federal, o Estado precisa conceder uma pequena contrapartida. Só que o Estado não tinha dinheiro para isso. O sistema prisional do Estado ficou os últimos quatro anos sem receber 

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