segunda-feira, 21 de abril de 2014

Padre potiguar abençoou bicampeonato mundial da Seleção Brasileira

Monsenhor Agnelo viu de perto os lances geniais de Garrincha como capelão oficial da delegação brasileira na Copa do Chile em 1962


Por Moisés de Lima
De óculos  ao centro, o então padre Agnelo celebra  a conquista da Copa do Chile  na final contra a Tchecoslováquia(Foto: Wellington Rocha)
De óculos ao centro, o então padre Agnelo celebra a conquista da Copa do Chile na final contra a Tchecoslováquia(Foto: Wellington Rocha)
A vocação pela batina partilhada com a bola fez com que o então jovem padre Agnelo Barretto testemunhasse e participasse de uma das páginas mais gloriosas da história do futebol mundial.
O religioso afirma que não mais romantismo  no futebol(Foto: Wellington Rocha)
O religioso afirma que não mais romantismo no futebol(Foto: Wellington Rocha)
O hoje monsenhor Agnelo em 1962 estava no Chile como estudante da Pontifícia Universidade Católica. O religioso, com mais de 50 anos de sacerdócio, e que hoje celebra a Páscoa com os fiéis potiguares, foi um privilegiado expectador da conquista.
O padre brasileiro foi destacado pelo arcebispado chileno como capelão oficial da delegação chilena O pároco da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação (Antiga Catedral), viu, torceu e vibrou “in loco” com as geniais jogadas de garrincha que plasticamente “carregou o time nas costas”.
“Eu tinha cerca de 30 anos na época e estava lá no palco da Copa do Mundo. Era um religioso brasileiro estudando na universidade chilena e a Fifa precisava de padres para serem capelães nativos para cada uma das seleções participante. E eu fui escolhido para a missão”, relembra o monsenhor . Ele rezou duas missas com atletas e abençoou os 22 jogadores e  a comissão técnica comandada pelo treinador Aimoré Moreyra.
Monsenhor Agnelo lembra dos treinos e da convivência quase diária que manteve com Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zito, Nilton Santos, Didi, Pelé, Vavá, Garrincha, Zagallo e Amarildo.
Autorização do arcebispado para o cargo de capelão da seleção brasileira(Foto: Wellington Rocha)
Autorização do arcebispado para o cargo de capelão da seleção brasileira(Foto: Wellington Rocha)
“Era um escrete que todo brasileiro tinha na ponta da língua. Algo bem diferente do que ocorre hoje quando  quase ninguém sabe quem Felipão vai mandar a campo”, compara.
O  monsenhor  destaca o  conteúdo romântico do futebol praticado naquela época  exemplificado através dos lances geniais de Garrincha. “ Vi momentos maravilhosos , dribles genais deles e a cena antológica  em Vina del  Mar quando ele espantou um cachorro que entrou em campo na partida contra o Chile. “ Ele chutava a bola e espantava o cachorro ao mesmo tempo”, recorda às gargalhadas.
Outro marcante foi a contusão de Pelé na segunda partida. ” Ficamos muito aflitos com a lesão, mas Amarildo entrou e deu conta do recado se tornando um dos grandes nomes daquela Copa”
O religioso criou uma empatia com o então ponta-esquerda Zagallo, devido as ligações com a igreja católica. ” Ele havia sido seminarista a juventude. E criamos uma boa amizade”, recorda.
Sobre o Mundial do Brasil, monsenhor Agnelo já não é tão otimista. ” Não vejo um esquema tático definido e  a qualidade como tínhamos de sobra antigamente. Será muito difícil a conquista desse hexa”,prevê

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