segunda-feira, 21 de abril de 2014

O Rio Grande do Norte e suas ávores africanas

Sempre fiquei extasiado diante de um baobá, essa árvore imensa, majestosa, imoponente. O primeiro baobá que conheci, ainda criança, foi o de Nísia Floresta. Lembro que fiquei muito impressionado com o porte daquela árvore  e de tudo que falaram a respeito dela. Anos mais tarde, já adolescente, voltei a me interessar por baobás, depois que li o “Pequeno Príncipe” -  O solo do planeta estava infestado, e um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele”... escrevia Antoine de Saint- Exupéry. E enquanto lia lembrava daquela árvore enorme, cercada de mistérios e lendas que tanto me impressionou na infância.                                             
 
 
                                                                                    
 
Para minha satisfação descobri que existia um exemplar de baobá em Natal bem pertinho de mim, ali na rua São José, no Bairro de Lagoa Seca, e que o meu mui querido Professor Diógenes da Cunha Lima  havia comprado o terreno onde estava localizado o baobá, a fim de preservar a árvore que estava pretes a ser derrubada. Baobá deve ser mesmo uma árvore muito especial! Mas, mais especial ainda é a sensibilidade desse poeta maior, que num gesto de amor a natureza presentiou a cidade e a todos nós.
O Poeta Diógenes da Cunha Lima e seu Baobá 
                                                                     Natal -RN
                                                                                                                        
Existe uma relação entre o Baobá de Natal e a obra literária de Antoine de Sant-Exupéry, diz o professor Diógenes: “No Rio Grande do Norte, credita-se a esse baobá a inspiração de Saint-Exupéry ao criar desenhos de “O Pequeno Príncipe”,  livro com mais de 230 traduções m todo mundo. Algumas “coincidências” tornam a hipótese verossímil. O baobá exilado em Natal foi visitado pelo autor, quando aqui esteve, nas décadas de 20 e 30 e era hóspede da proprietária do terreno. Os desenhos por ele feitos em seu livro, como o elefante, a estrela, o vulcão, as dunas e falésias lembram o mapa e outros símbolos do Rio Grande do Norte”.
 
 
     François D’Agray - Sobrinho-Neto de Exupéry
                     no Baobá do Poeta                                  
 
Em 6 de maio de 2009 o baobá recebeu a visita do sobrinho-neto de Saint-Exupéry, o engenheio François D’Agray, que esteve em Natal, à convite da Prefeitura Municipal.O sobrinho de Exupéry veio ao Brasil para o lançamento dos livros “O Pequeno Príncipe me disse” e “Antoine de Saint-Exupéry – A História de uma História” da escritora paulista Sheila Dryzun.
 
OS BAOBÁS DO RIO GRANDE DO NORTE
O Baobá do Poeta – Natal – RN
Há um consenso entre os pesquisadores de que sementes de baobá chegaram ao Brasil pelas mãos dos escravos e plantadas para atender seus rituais religiosos.
No Brasil existem poucos baobás catalogados oficialmente. Mas já está comprovado que o número é muito maior do que o que consta nos livros e enciclopédias de pesquisas. No Rio Grande  do Norte, por exemplo, temos catalogados três baobás: O Baobá do Poeta em Natal, um em Nísia Floresta, e o outro em Jundiaí-Macaíba. Mas só na cidade de Assu existem 12  exemplares, sendo que 11 com idade de 300 a 400 anos,localizados na Fazenda Curralinho às margens da lagoa de Piató, e 1 no centro da cidade, com pouco mais de 3 anos.
Baobá de Macaíba – RN
Baobá de Nísia Floresta – RN
                                                                   Baobás de Assu – RN 
 
 
 
SOBRE BAOBÁS
 
Baobá é um nome comum do gênero Adansônia Digitata, compreendeno oito espécies diferentes de árvores. Em Angola e Moçambique  é conhecido como ” Imbondeiro ou Embondeiro”. É a árvore Nacional de Madasgascar e o Emblema Nacional do Senegal. Para um africano um imbondeiro nunca deve ser cortado nem arrancado por que é considerado a “árvore da vida”.
Baobás tem uma importância muito grande para a África, tornando-se um dos ícones de sua paisagem. Para muitos é uma árvore sagrada, ligada a sentimentos religiosos e seu interior abriga espíritos. Em algumas regiões,é considerada um intermediário entre Deus e os homens e são veneradas como representação de entidades humanas. Diante delas são realizadas práticas ritualista.
                                               
                                                                                           
A quem afirme que um baobá pode viver até 6000 anos, mas não há comprovação científica sobre isso , pelo simples fato de que sendo oco interiormente, ele não forma anéis  recurso que a ciência usa  para medir a idade das árvores. Mas sem dúvida é  a árvore mais longeva do planeta.
Pode atingir uma altura de mais de 25m e seu tronco medir 20m de diâmetro. Quando jovem apresenta folhagem diferente daquelas presente na vida adulta. Quando velho adquire uma aparência fossilizada, mas está vivíssimo.
 
                                                                                 
O Baobá floresce apenas uma vez por ano e suas belas flores  sempre de cabeça para baixo, exala um cheiro forte e fétido. Suas flores em forma de sino e têm apenas 24 horas de vida, mas, nesse tempo, mudam de cor, passam do branco para o creme, castanho, vinho, marrom e terminam em violeta.
Seu fruto contém no seu interior um miolo com sementes agridoces.Podem ser comidas verdes ou sob a forma de suco; também podem ser secadas e armazenadas para épocas de necessidade. São ricas em vitaminas e sais minerais. Suas folhas cozidas são comidas como verduras; trituradas com as raízes tem diversas aplicações medicinais.
 
 
 
 

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