quarta-feira, 6 de agosto de 2014

ANTES SÓ VISTO EM FILME: Após dez anos de ‘perseguição’, sonda alcança cometa

2013-675232807-2013-674941598-2013122375112.jpg_20131223.jpg_20131225Terceiro / Divulgação/ESA
A sonda espacial europeia Rosetta finalmente chegou ao cometa que ela perseguia há 10 anos. Pela primeira vez na história exploração espacial, a nave foi manobrada ao lado de um corpo celeste em alta velocidade a fim de começar a mapear sua superfície em detalhes.
A sonda disparou seus propulsores durante seis minutos e meio para finalmente recuperar o atraso que restava com o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. O feito foi conseguido após exatos 10 anos, cinco meses e quatro dias de viagem, totalizando 6.400 milhões quilômetros percorridos. Nesse período, a Rosetta deu cinco voltas ao redor do Sol.
No caminho para o encontro com o cometa, a sonda passou ainda por três vezes pela própria Terra e uma vez por Marte, usando a gravidade dos planetas para ganhar velocidade e ajustar sua trajetória com a do Churyumov-Gerasimenko, cuja órbita de 6,5 anos pelo Sistema Solar o leva de pouco além de Júpiter a entre Marte e a Terra.
A sonda utilizará uma série de 11 instrumentos para explorar o corpo celeste. Dentre eles está o batizado Philae, que deverá caminhar pela superfície do cometa em novembro de 2014. Com outros dez instrumentos agrupados em um pequeno caixote com massa de cerca de 100 quilos, o Philae lançará uma espécie de arpão para se ancorar na superfície do cometa e assim evitar que escape de sua fraca gravidade.
Juntas, Rosetta e Philae fornecerão aos cientistas a chave para decifrar os mistérios da formação do Sistema Solar, há mais de 4,6 bilhões de anos, e talvez até da origem da vida na Terra. Isso porque cometas como o Churyumov-Gerasimenko são verdadeiros fósseis deste processo. Aglomerados de gelo, poeira, gases e rochas, eles preservam informações sobre a composição e características da imensa nuvem de material que deu origem ao Sol e aos planetas e também pode ter sido a fonte de boa parte de água e moléculas orgânicas que aqui se acumularam bilhões de anos atrás, criando as condições para o surgimento dos primeiros organismos vivos.
Prevista para durar até dezembro de 2015, a missão Rosetta-Philae tem um custo total estimado em 1 bilhão de euros (cerca de R$ 3 bilhões). Os nomes das duas sondas são referências diretas a como ficou conhecida a famosa pedra que permitiu aos historiadores decifrar os hieroglifos do Egito Antigo e à ilha do Rio Nilo onde ela foi encontrada, em 1799.
O Globo

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