sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Natal já teve 490 assaltos a ônibus somente nos sete primeiros meses deste ano

Motoristas e cobradores de ônibus  precisam trabalhar sob o medo de  sofrerem um assalto a qualquer momento. Crimes já fazem parte da rotina na cidade. Foto: Wellington Rocha
Motoristas e cobradores de ônibus
precisam trabalhar sob o medo de
sofrerem um assalto a qualquer momento. Crimes já fazem parte da rotina na cidade. Foto: Wellington Rocha
Diego Hervani
diegohervani@gmail.com

Assaltos a ônibus em Natal já se tornou uma situação rotineira. Todos os dias se têm noticias de um transporte coletivo que foi alvo de alguma ação criminosa na capital potiguar. Essas situações são tão comuns, que basta observar os números para ter uma ideia do quanto se tornou perigoso andar de ônibus em Natal.
De acordo com dados apresentados pelo Sindicato dos Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro-RN), de 1º de janeiro até 31 de julho, 490 assaltos foram registrados na capital do Estado, uma média que ultrapassa os 2 por dia. “Sinceramente eu não me lembro quando foi o último dia que não tivemos um assalto a ônibus em Natal. Infelizmente estamos vivendo em uma sociedade na qual o Governo não se importa com a segurança da população”, frisou Nastagnan Batista, presidente do Sintro-RN.
Apesar de no mesmo período do ano passado mais de 520 assaltos terem acontecido, Nastagnan afirma que essa diminuição não é motivo para comemoração. “Passageiros, motoristas e cobradores trabalham com medo. É uma situação muito complicada. Essa diminuição não significa nada. Além disso, os nossos dados são até o final de julho. Nesses primeiros dias de agosto já tivemos outros assaltos, mas ainda não contabilizamos todos”.
Em entrevista recente para o Jornal de Hoje, o coronel Francisco Araújo, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, afirmou que o número de abordagens a ônibus tinha aumentado, mas admitiu ser difícil fazer segurança nos transportes coletivos. “Em Natal nós temos 800 ônibus rodando diariamente. São mais de 4 mil viagens por dia. Ou seja, são 4 mil rotas que temos que cuidar. Então é uma situação bem complicada. Não temos como fazer a segurança em todas as rotas. Porém, recebemos novos veículos e estaremos aumentando as nossas rondas ostensivas em toda a cidade”.
De acordo com o presidente do Sintro-RN, um dos motivos pela qual as abordagens da PM não têm surtido o efeito esperado é o fato de que os bandidos assaltam em horários que tem menos policiais nas ruas. “As abordagens acontecem, mas não têm sido suficientes, tanto que os números do ano passado para esse ano são praticamente os mesmos. Os assaltos acontecem mais no início da manhã e durante a noite. Nesses horários é mais fácil deles agirem, pois o policiamento é menor”.
O Sintro informou que as linhas que têm a maior incidência de assaltos são: 22 (Felipe Camarão/Bom Pastor/Quintas/Alecrim/Ribeira/Rocas), 59 (Guarapes/Felipe Camarão/Bom Pastor/Quintas/Alecrim/Cidade Alta/Ribeira/Brasília Teimosa/Praia do Meio) e 71 (Felipe Camarão/Bom Pastor/Quintas/Alecrim/Cidade Alta/Petrópolis/Ribeira). Em julho, o JH fez o percurso de ida e volta na linha 59. Um dos motoristas relatou que precisa tomar algumas medidas para tentar inibir as ações dos criminosos. “Muitas vezes quando eu vejo alguém meio suspeito, eu acabo passando direto. Claro que isso não é o ideal e pode prejudicar a população, mas temos que fazer algumas coisas para tentar inibir a ação desses caras”.

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