quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Colapso chega a 22 açudes até fevereiro



O Rio Grande do Norte deve chegar nos primeiros meses de 2015 com 22 reservatórios de água colapsados. A informação é da Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) com base em simulação de perda de água dos reservatórios. Dos  46 reservatórios monitorados pela Semarh, 12 já estão em colapso, e mais 10 devem chegar a este  status até fevereiro de 2015. Diante do cenário será renovado o decreto de calamidade pública para o RN.
Cláudio AbdonO Gargalheiras, que abastece Currais Novos e Acari, está com 7,26% da sua capacidade, volume que deve esgotar até outubroO Gargalheiras, que abastece Currais Novos e Acari, está com 7,26% da sua capacidade, volume que deve esgotar até outubro

É considerado um colapso quando o reservatório chega ao “volume morto”. Quando o volume da barragem fica abaixo das tomadas de água, inviável para captação via adutora. A simulação, feita pela Semarh, se baseia na vazão de água retirada dos reservatórios e a evaporação deles. Não considera eventuais chuvas. O que é difícil de ocorrer, pelo menos nestes próximos três meses – setembro, outubro e novembro -, de acordo com o meteorologista da Emparn, Gilmar Bistrot.

Ainda nesse ano chegam ao limite de sua capacidade mínima quatro reservatórios - dois até o mês de outubro, e outros dois dezembro. Um deles é o Marechal Dutra, chamado de Gargalheiras, que abastece os municípios de Currais Novos e Acari. Atualmente o reservatório está com 7,26% da sua capacidade. A capacidade máxima é de 44.421.480 m³, e o volume atual 3.225.142 m³. Para colaborar no abastecimento está sendo utilizado o reservatório de Dourado, de Currais Novos, já em volume morto – com 5,49% da capacidade.

Neste cenário, a previsão é de garantia do abastecimento de água para estas duas cidades até dezembro deste ano. A solução viável seria uma adutora de engate rápido, captando água no reservatório Armando Ribeiro, em Açu. O projeto de R$ 35 milhões, prevendo 80 km de adutora, com execução em nove meses, está no Ministério da Integração Nacional com pedido de recurso. Segundo José Eduardo, coordenador estadual do Departamento Nacional de Combate a Seca (DNOCS), não há previsão de data para resposta do Ministério.

Segundo o prefeito de Acari, Isaías Cabral, nunca houve em sua geração uma situação tão grave na cidade. Ele reclama, principalmente, da “morosidade” das providências. “Infelizmente, se não chegar inverno, vamos ficar sem água. Carros-pipa é uma opção, mas um sacrifício grande. De onde vai vir a água?”, questiona.

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