Um passado esquecido , onde se falou tanto na campanha eleitoral em relação a preservação do patrimônio histórico de Coronel Ezequiel. Notamos hoje que aquelas pessoas que gritaram protestaram pela não derrubada da praça se calaram , pergunto seria realmente uma preocupação com a história da nossa cidade ou mais um marketing politico ? já que a campanha passou e não se fala mais nada sobre o nosso patrimônio histórico que continua esquecido .
Falar de cultura,, preservação , arte popular, costumes , quase sempre fica em ultimo plano nas administrações das cidades do interior , já que essas coisas não traz votos .Coronel Ezequiel tem algo bastante em comum em cidades do século XVIII ,que é o seu traçado .
Uma das características fundamentais daquela época era a capacidade de entender e de se articular intimamente com as características físicas do terreno . A escolha do local era a primeira forma de relação com o ambiente , dando assim continuidade a uma tradição de séculos .
Muitas cidade incluindo ,Natal, São José do Mipibu, Nísia Floresta e principalmente Vila Flor tiveram esta mesma formação urbana que temos aqui em nossa cidade , ou seja o que seria essa formação? geralmente as cidades eram construídas no topo de uma colina razoavelmente plana a partir do qual a cidade se desenvolvia , em algumas cidades mais antigas eram comuns fazerem muros cercando toda a cidade , em outras as próprias montanhas serviam de fortaleza .
Mas voltando para a nossa cidade ,ela segue os costumes antigos , ou seja a cidade se formou em uma grande praça retangular , com a igreja e o cruzeiro no ponto mais alto , as casas quase sempre bastantes altas e com beirais ou belas volutas , naquela época quanto mais detalhes tivesse a casa maior seria o poder aquisitivo do dono (daí a expressão sem eira nem beira ).
Ainda temos alguns exemplares na rua Manoel Cassimiro (carinhosamente Rua Velha)que nos faz lembrar de uma passado remoto e sofrido, cheio de misticismo e lendas , a rua Velha ainda exerce um certo poder em nós de hoje , remetendo-nos a um passado sombrio , de doenças perdas e ao mesmo tempo de muita fé .
A igreja era o seu maior ponto de referência , era o centro da comunidade o templo em estilo barroco ,com suas colunas grossas e seu coro em madeira , ditava toda uma época , o cruzeiro, hoje no cemitério era local de encontros e orações , lugar de acender velas e fazer promessa .
Assim era a minha velha Coronel, que ao cair da tarde se avistava ao fundo a igreja caiada de branco e o cruzeiro em sua fronte , cheiro de velas ao vento ,murmúrios de benditos .Silêncio da noite , vento batendo na porta como se quisesse entrar pra se esquentar .
Hoje vemos esse passado essa rua emblemática esquecida por todos, principalmente pelo poder público, sei que não é qualquer um que tem a coragem de realmente fazer um projeto de revitalização , pois existem outras prioridades .
Para terminar deixo aqui um pensamento , um povo que não preserva seu passado é um povo sem um futuro, sem histórias para contar , sem memorias para lembrar . sem orgulho para amar sua própria terra .
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