As Polícias Civil e Ambiental tentam localizar um leão de 300 quilos
que foi tirado de dentro de uma jaula na cidade de Monte Azul Paulista.
Ele desapareceu na madrugada de quinta-feira, 1, e até a tarde deste
sábado, 3, não havia sido localizado. Imagens feitas pela câmera de uma
chácara vizinha mostram dois homens e uma caminhonete com uma jaula na
carroceria.
Uma das pessoas que aparecem nas filmagens foi
reconhecida pelo dono do leão como sendo um criador de animais do
Paraná. Há alguns meses ele teria ido ao local para tentar ficar com a
fera, que seria usada em um comercial de televisão, mas não teve
sucesso.
Foi encaminhada intimação para que o suspeito
compareça para depor na próxima semana na Polícia Civil. Já na Polícia
Ambiental, foi emitido alerta a todas as bases operacionais de São Paulo
sobre o furto.
O leão estava no Criadouro Conservacionista
São Francisco de Assis, no bairro Colina dos Sonhos 2, quando
desapareceu. Rawell, como é chamado, tem 9 anos, come mais de 5 quilos
de carne por dia e para mantê-lo saudável é preciso gastar pelo menos R$
5 mil por mês.
Um leão nessa idade pode viver ainda mais
uns 20 anos e valer R$ 100 mil no mercado negro. Mas, como o comércio
desses animais é proibido no Brasil, o problema seria levá-lo para o
exterior. Mesmo porque nos últimos anos, principalmente em razão da
proibição em quase todos os estados brasileiros do uso de animais em
circos, os leões deixaram de ter valor no país.
Cuidados
O
leão furtado, Rawell, estava onde funciona uma espécie de centro de
proteção e reabilitação de bichos vítimas de maus-tratos. Conhecida em
Monte Azul Paulista como "mini zoológico", a entidade tem autorização do
Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) para funcionar e cuida de perto de 300 animais, incluindo
aves, répteis e anfíbios.
Além das filmagens que podem
ajudar a polícia, vizinhos contaram ter visto uma caminhonete com três
homens e uma mulher na madrugada em que o leão sumiu. A suspeita é que o
animal tenha sido atingido por dardos tranquilizantes e arrastado até o
veículo, como mostram algumas marcas no chão e que foram objeto de
perícia.
O responsável pela instituição, Oswaldo Garcia
Júnior, diz que em 12 anos foi o primeiro furto no local. O bicho foi
doado há cerca de três anos bastante debilitado, mas atualmente estaria
recuperado e com boa saúde. "Não entendo porque fizeram isso, é algo
muito triste".