A prática investigada consiste na formação da rede de divulgadores da tecnologia vendida pela empresa. O interessado precisa comprar o direito para tornar-se um divulgador da empresa e, então, passa a postar anúncios da Telex Free na internet e a convencer outras pessoas a aderirem ao sistema.
A remuneração por esse trabalho é paga em dólares com o dinheiro captado com as novas adesões de divulgadores, esquema que, aos olhos do MPE, por enquanto configura-se como a prática da “pirâmide financeira”, vetada pela legislação justamente por ser insustentável e por não revelar qualquer ligação de fato entre o marketing proposto e o produto vendido pela empresa.
Recrutamento
Para investir, pessoas têm contraído empréstimos e até se desfeito de patrimônios na esperança de obter o lucro prometido pelos anúncios e pela “lavagem cerebral” perpetrada pelas empresa, como explicou a promotora Fernanda Pawelek, de Lucas do Rio Verde. Ela aguarda da empresa uma relação com todos os mato-grossenses que até agora tenham aderido à rede de divulgadores.
Para investir, pessoas têm contraído empréstimos e até se desfeito de patrimônios na esperança de obter o lucro prometido pelos anúncios e pela “lavagem cerebral” perpetrada pelas empresa, como explicou a promotora Fernanda Pawelek, de Lucas do Rio Verde. Ela aguarda da empresa uma relação com todos os mato-grossenses que até agora tenham aderido à rede de divulgadores.
No estado, até mesmo policiais civis e militares já teriam aderido. Devido à investigação e aos indícios de irregularidades, no dia 1° de março o então procurador-geral de Justiça do estado, Marcelo Ferra de Carvalho, recomendou a todos os membros e servidores do MPE que, por cautela, interrompessem quaisquer vínculos com a Telex Free.
Propaganda enganosa
Os investidores do sistema podem ser lesados pela insustentabilidade do negócio proposto. “Mesmo que essa empresa esteja recebendo muito dinheiro, a facilidade que eles têm de sumir com esse dinheiro para depois não poder indenizar quem perdeu é muito grande”, adverte a promotora de Lucas do Rio Verde.
Os investidores do sistema podem ser lesados pela insustentabilidade do negócio proposto. “Mesmo que essa empresa esteja recebendo muito dinheiro, a facilidade que eles têm de sumir com esse dinheiro para depois não poder indenizar quem perdeu é muito grande”, adverte a promotora de Lucas do Rio Verde.
Uma das formas de estender a rede tem sido a realização de reuniões nas quais o sistema é apresentado para potenciais novos divulgadores. Nessas reuniões, um dos artifícios utilizados é o testemunho de supostos investidores da Telex Free que enriqueceram após entrarem no negócio. Alguns chegam a dizer que faturam até R$ 7 mil por dia a título de bônus.
“É uma espécie de fraude, é uma espécie de estelionato. De repente, você está entrando numa grande enrascada, pode levar um grande prejuízo”, alerta o procurador-geral de Justiça do MPE, Paulo Roberto Jorge do Prado.
Empresa nega esquema de pirâmide
Já o advogado da Telex Free, Horst Fuchs, defende o sistema de bônus da empresa como uma gratificação por desempenho do divulgador, afastando a suspeita de que opere como esquema de pirâmide.
“Nós temos hoje uma forma de bonificação, uma forma de remuneração aos divulgadores da Telex Free que premia o desempenho, assim como qualquer vendedor, por exemplo, é premiado de acordo com o que ele vende”, argumenta.
Outros estados
Além do inquérito do MPE em Mato Grosso, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) doMinistério da Justiça já recebeu denúncias contra a empresa dos Procons estaduais do Acre e doPernambuco, onde investigações estão em curso pelos Ministérios Públicos Estaduais.
Além do inquérito do MPE em Mato Grosso, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) doMinistério da Justiça já recebeu denúncias contra a empresa dos Procons estaduais do Acre e doPernambuco, onde investigações estão em curso pelos Ministérios Públicos Estaduais.
No Espírito Santo, cuja capital Vitória abriga a sede da Telex Free (sob o nome de Ympactus Comercial Ltda.), a Polícia Civil atua em conjunto com o Ministério Público Estadual na investigação. Já em Santa Catarina, o trabalho é conduzido pelo Ministério Público Federal. G1.com
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