O vídeo gravado
através de um aparelho celular que mostra dois homens em uma motocicleta
arrastando pelas ruas da cidade de São Mateus do Maranhão um cachorro amarrado
e ainda vivo, teve grande repercussão e ainda hoje causa indignação e muita
revolta em quem já teve a oportunidade de assisti-lo.
As pessoas que
aparecem nas imagens postadas no Blog do Sérgio Matias e em sites de
relacionamento, foram identificadas como Jônathan
Petrucio, de 18 anos, e o pai Petrucio Silva, que em seu perfil no Facebook se
apresenta como pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus, fato negado com veemência
pela congregação.
Em nota, Osvanildo Albuquerque, líder dos pastores da Assembleia de
Deus, em São Mateus do Maranhão, esclarece que Petrucio Silva nem sequer faz
parte do corpo de congregados daquela igreja e muito menos da Convenção
Estadual das Assembleias de Deus no Maranhão (CEADEMA).
O pastor também lamenta que tenham relacionado
o nome da entidade ao caso que foi registrado na noite do último domingo (22), próximo
a avenida da rodoviária, e que não deverá ficar impune.
Punição
Um inquérito policial
foi aberto para investigar o crime, que de acordo com a Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro
de 1998, que dispõe
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, em seu artigo 32, diz que praticar ato de abuso,
maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos, resulta em pena de detenção, de três meses a um ano, e
multa.
E mais, no inciso 2º da mesma lei está escrito: A pena
é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Defesa
Em
uma entrevista concedida, por telefone, ao repórter Rikelme Costa Freire, da TV
Difusora (SBT) de São Mateus Maranhão, Petrucio Silva se diz arrependido e que
não esperava que o fato tomasse tamanha proporção. Nas suas alegações ele diz que
não estava mal intencionado e que se apresentou na delegacia, de livre e espontânea
vontade, tendo inclusive assinado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), registro de um fato tipificado como infração de
menor potencial ofensivo, ou seja, crime de
menor relevância, que tenha a pena máxima cominada em até 02 (dois) anos de
cerceamento de liberdade ou multa. O referido registro contem a qualificação
dos envolvidos e o relato do fato. É um boletim de ocorrência, com algumas
informações adicionais, que serve de peça informativa para o Juizado
Especial Criminal, conhecido também como Juizado de Pequenas Causas.
Na
entrevista, Petrucio diz que seu filho apenas obedeceu a sua orientação, de
ajuda-lo a levar o animal ao terreno baldio onde foi abandonado.
Questionado
por quais razões procedeu daquela forma, ou seja, amarrando e arrastando o cachorro
ainda vivo pelo asfalto, ele disse que o animal estava há alguns dias apresentando
sintomas da leishmaniose visceral (calazar) e, que, no domingo, dia do ocorrido, um
veículo teria atropelado o animal na porta de sua residência.
Ainda
de acordo com suas informações, o animal estava bastante agressivo, tentando
morder as pessoas que passavam próximo, aí como o cachorro ainda permanecia
agonizando, por volta das 23 horas, ele tomou a decisão de amarra-lo
para abandona-lo em outro local. Foi nesse momento que uma das testemunhas fez
o vídeo com um aparelho celular.
Temor e arrependimento
Não
suportando a pressão popular, Petrucio e o filho Jônathan deixaram São Mateus
do Maranhão, cidade onde residem há 12 anos. Petrucio chegou a pedir desculpas
à sociedade, que segundo ele, o transformou em um ‘mostro’ nas redes sociais.
Justiça
Mesmo
com todas essas explicações e pedidos de desculpas, os movimentos organizados que
defendem os direitos dos animais prometem lutar para que a morte do animal não
fique em vão.
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