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As imagens são do funcionário público José Pinto, que também é
mergulhador, e foram feitas a cerca de 100 metros das areias da Praia do
Forte numa profundidade de pouco mais de 10 metros. O Lockheed Ventura
serviu às Forças Armadas dos EUA e é um dos três aviões que caíram na
costa potiguar durante a 2ª Guerra Mundial. Nenhum deles foi derrubado
em combate. Relatórios da época apontam que as aeronaves sofreram
acidentes.Após a guerra, pelo menos outros sete aviões, pertencentes à Força Aérea Brasileira (FAB) também caíram em águas potiguares. Porém, apenas o Ventura ainda é possível ser visto na forma de um avião. Os demais, o tempo e a retirada indiscriminada das peças os transformaram num amontoado de destroços.

Os destroços do Ventura foram encontrados há 10 anos, quase que por acaso. “Nós estávamos participando de uma caça submarina aqui, eu e Aurélio Ribeiro Trigueiro, um mergulhador bem conhecido, quando um pescador nos chamou para desenganchar o anzol dele. Esse meu amigo foi lá, mergulhou, e se deparou com o avião”, conta o funcionário público José Pinto, que também é mergulhador.
“Depois eu mesmo mergulhei. Fiquei pasmo em ver uma aeronave inteira, praticamente completa, com duas metralhadoras. Começamos a explorar o local e levamos essas informações até a Fundação José Augusto. Depois fizemos uma expedição, que foi quando nós recolhemos as metralhadoras, alguns detalhes do avião, manche, pedaleira”, acrescentou.

do mar (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Fred Nicolau, subcoordenador de projetos da Fundação José Augusto, revela que o relatório oficial do acidente, que ele recebeu da Marinha dos Estados Unidos, menciona que o avião teve uma pane em um dos motores logo depois que decolou da base aérea de Parnamirim.
Ao longo destes dez anos de descoberta, partes do avião vêm sendo retiradas por pescadores e vendidas em ferros velhos. Rosivaldo Siqueira de Melo, que é pecador, confirma que várias peças foram retiradas do mar e comercializadas como sucata.
Alguma coisa ainda foi salva por mergulhadores. Hélices curvadas, os motores, o manche, a cadeira do piloto e pedais contam a história, mas estão guardados sem o cuidado adequado na garagem de uma empresa de ônibus da capital. “Infelizmente, muito se perdeu”, diz Nicolau.
O que restou tem um endereço certo: o Museu da Rampa, que deve abrigar uma exposição permanente sobre a 2ª Grande Guerra. O acervo, com mais de 300 peças da época, tem fotos, equipamentos e roupas reunidas por pesquisadores locais.
O empresário Augusto Maranhão, dono da empresa de ônibus onde boa parte do acervo está guardada, diz que é preciso conscientizar as pessoas para a preservação da história de Natal. “Pra gente poder mostrar às gerações futuras a importância que foi a nossa cidade para a 2ª Guerra Mundial”, frisou.

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