Da cobertura de um hotel localizado na esquina da avenida Getúlio Vargas com a avenida Desembargador Dionísio Filgueira – endereço de alguns apartamentos mais caros da cidade –, é possível observar as diferenças que compõem o cenário urbano de Natal. No alto, o “paredão” de prédios imponentes do bairro nobre de Petrópolis promovem aos moradores abastados o privilégio de ter o Oceano Atlântico enquadrado nas janelas de vidro. Lá embaixo, são os tetos alaranjados das residências dos bairros de Santos Reis e Brasília Teimosa que chamam atenção.
Chegando mais perto e caminhando nas ruas de ambos locais, as diferenças ficam mais perceptíveis e exemplificam os números divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) após estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro. De acordo com o Atlas, os bairros de Petrópolis, Tirol e Areia Preta lideram a lista de unidades de desenvolvimento humano com melhor IDHM em Natal. Santos Reis, Brasília Teimosa e Vietnã estão na outra extremidade, ocupando posições preocupantes.
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Já os bairros de Santos Reis, Brasília Teimosa e comunidade do Vietnã – com IDHM de 0.605 – ocupam a posição 111º no ranking de unidades em Natal. O índice é parecido com o registado em países como Tajiquistão (país montanhoso encravado na Ásia Central) e Quiribati (uma pequena ilha no Oceano Pacífico). Redinha, Planalto e Dix-Sept Rosado também apresentam IDHM de 0.605.
O IDHM é um índice composto que agrega três das mais importantes dimensões do desenvolvimento humano: a oportunidade de viver uma vida longa e saudável, de ter acesso ao conhecimento e ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas, representadas pela saúde, educação e renda. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.
É fácil perceber porque há disparidade entre os números de bairros que estão separados por poucos quilômetros de distância. Outros aspectos como infraestrutura e serviços públicos, apesar de não configurarem como variáveis no estudo, estão diretamente associados às necessidades básicas.
No primeiro grupo de bairros, as ruas são limpas, arborizadas e o trânsito tem o mínimo de organização. No segundo grupo, as mazelas sociais estão escancaradas e vão desde ao lixo espalhado nas ruas aos índices de violência que geram reclamação entre a população.
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