Com um dos piores ensinos de matemática e ciências
do mundo, o Brasil reduz sua capacidade de adaptação ao mundo digital. Um
informe apresentado nesta quarta-feira, 10, pelo Fórum Econômico Mundial aponta
que o País subiu apenas da 65.ª para a 60.ª posição entre as nações mais
preparadas para aproveitar as novas tecnologias em seu crescimento.
Além do ranking sobre capacidade de adaptação ao
mundo digital, o Fórum divulgou outros dois, referentes ao ensino de matemática
e de ciências.
Entre os 144 países avaliados, o Brasil aparece no
116.º lugar em educação, atrás, por exemplo, de Chade, Suazilândia e
Azerbaijão. Em ciências, Venezuela, Lesoto, Uruguai e Tanzânia estão melhores
posicionados no ranking que o Brasil, que ocupa a 132.ª posição.
O resultado é uma estagnação no avanço da
tecnologia no Brasil, apesar dos investimentos públicos em infraestrutura e de
um certo dinamismo do setor privado nacional. Na América Latina, países como
Chile, Panamá, Uruguai e Costa Rica estão melhores preparados para enfrentar o
mundo digital que o Brasil.
“Apesar desse progresso, a tradução dessa maior
cobertura em impactos econômicos em inovação e competitividade está estagnada”,
alerta o documento. Um dos motivos é a “qualidade do sistema educacional, que aparentemente
não garante as habilidades necessárias para uma economia em rápida mudança em
busca de talentos”, indicou. Mesmo em países pobres como Senegal, Quênia e
Camboja, o acesso de escolas à internet é superior, segundo o informe.
O ranking é liderado pela Finlândia, seguida por
Cingapura e Suécia. O Brasil, de fato, vem ganhando posições. Mas os autores do
informe estimam que a posição hoje do País no ranking não condiz com uma das
sete maiores economias do mundo.
O informe considera que a maioria das economias em
desenvolvimento continua sem conseguir criar as condições necessárias para
reduzir a falta de competitividade existente na área da tecnologia de
informação, em comparação às economias desenvolvidas. “No Brasil temos grande
desenvolvimento por parte de empresas multinacionais para melhorar a
competitividade, mas esse empenho não se estende por todo o setor privado”,
alertou o editor do informe, Beñat Bilbao-Osorio.
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