Com
a insegurança que reina no Rio Grande do Norte é cada vez mais comum
observar adolescentes envolvidos em ações criminosas, seja homicídios ou
até simples furtos. Também tem sido normal menores de idade assumirem
crimes que não cometeram apenas para livrar outros bandidos da cadeia.
“Se for observar, quase todos os crimes têm algum menor envolvido. Ele
assume a autoria de latrocínio, assalto, qualquer crime mais grave, pois
sabe que a impunidade é muito grande, que nada vai acontecer com ele.
Então isso também atrapalha o trabalho da polícia”, argumentou o coronel
Jair Júnior, comandante do 3º BPM, que fica em Parnamirim.
Por tantas ocorrências com envolvimento de menores, o comandante do
3º BPM se diz favorável à diminuição da maioridade penal, mas fez
algumas ressalvas. “Pela experiência que temos em campo, sou favorável
sim à diminuição da maioridade penal, pois isso iria diminuir o número
de jovens em ações criminosas. Mas isso iria trazer outro problema. Aqui
no RN não temos onde colocar o número de presos atuais, imagine se a
maioridade penal for diminuída. Então é preciso melhorar a qualidade dos
nossos presídios”, afirmou Jair.
O assunto da diminuição da maioridade penal é tão controverso, que
até dentro da própria PM existem pensamentos diferentes sobre o tema.
Diferentemente de Jair Júnior, o coronel Francisco Araújo, comandante
geral da PM do Estado, acredita que a solução é investir na família.
“Eu sou totalmente contra a diminuição da maioridade penal. Se isso
acontecer, depois teremos crianças de 6 ou 7 anos presas nos presídios. O
produto final que chega para a polícia resolver, não foi causado pela
polícia. É uma situação que vem da família, do cuidado dos pais com os
filhos. Depois passa pela igreja e pela escola. Digo igreja como um
moderador, independente da religião. O jovem precisa ter escola em tempo
integral. Os pais precisam saber com quem os filhos andam. Quando isso
tudo falha, termina na polícia. A Polícia é chamada para resolver o que
falhou lá atrás”.
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