sábado, 22 de novembro de 2014

“Perdemos uma cultura em pessoa que jamais será substituída”, diz historiador sobre Padre Ônio


Padre OnioSe a Diocese de Caicó perdeu na madrugada deste sábado (22) o seu vice-decano, ou seja, o segundo padre mais idoso do Clero, com a morte de Monsenhor Ônio Caldas de Amorim aos 86 anos o Seridó perdeu um de seus conterrâneos mais intelectuais. Sacerdote por vocação, músico por paixão, Ônio Caldas apesar de ter nascido em Bananeiras, no interior da Paraíba se considerava um filho de Jardim do Seridó, cidade onde foi criado pelos seus pais Olavo Freire e a professora Calpúrnia Caldas de Amorim, e viveu durante sua infância e início da adolescência.
Em conversa com o Blog do Marcos Dantas, o historiador Sebastião Arnóbio de Morais ajuda a contar um pouco dessa relação de amor de Padre Ônio com Jardim do Seridó. Foi ele o primeiro padre a ser ordenado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, e a primeira ordenação da vida de Dom José Adelino Dantas, segundo bispo da Diocese de Caicó. “Mesmo com tanto amor pela cidade, seu título de cidadania jardinense veio muito tarde, com a culminância dos seus 50 anos de ordenação sacerdotal. As pessoas geralmente esquecem os exemplos bons da vida”, lamenta Sebastião.
Padre Ônio foi pároco da Catedral de Santana por muitos anos em Caicó. Depois foi pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Olinda (PE). De lá ele retornou para a Diocese e veio ser pároco da Paróquia de São João batista em Cerro Corá. Depois passou a pároco-emérito de Cerro-Corá e ficou como vigário paroquial de Santana de Currais Novos e da Imaculada conceição de currais Novos. Já tinha 61 anos de sacerdócio.
Sebastião Morais nos revela outras facetas do Monsenhor Ônio. “Foi professor, músico, era um apaixonado pelo violino, inclusive mantinha um instrumento até seus últimos dias de vida. E por coincidência morreu na madrugada de hoje, dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. Ele era um padre muito evoluído, idoso somente na idade. Gostava muito da Juventude”, explicou. E sobre os desafios da Diocese de Caicó com a perda de padres do quilate de Monsenhor Ônio Caldas de Amorim, Sebastião Morais deixa seu recado. “São lacunas impreenchíveis, um padre que tem cultura, cumpridor dos deveres não é fácil se ser substituído. É uma lacuna que não terá substituto”, finalizou.

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