Se
a Diocese de Caicó perdeu na madrugada deste sábado (22) o seu
vice-decano, ou seja, o segundo padre mais idoso do Clero, com a morte
de Monsenhor Ônio Caldas de Amorim aos 86 anos o Seridó perdeu um de
seus conterrâneos mais intelectuais. Sacerdote por vocação, músico por
paixão, Ônio Caldas apesar de ter nascido em Bananeiras, no interior da
Paraíba se considerava um filho de Jardim do Seridó, cidade onde foi
criado pelos seus pais Olavo Freire e a professora Calpúrnia Caldas de
Amorim, e viveu durante sua infância e início da adolescência.
Em conversa com o Blog do Marcos Dantas,
o historiador Sebastião Arnóbio de Morais ajuda a contar um pouco dessa
relação de amor de Padre Ônio com Jardim do Seridó. Foi ele o primeiro
padre a ser ordenado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, e a
primeira ordenação da vida de Dom José Adelino Dantas, segundo bispo da
Diocese de Caicó. “Mesmo com tanto amor pela cidade, seu título de
cidadania jardinense veio muito tarde, com a culminância dos seus 50
anos de ordenação sacerdotal. As pessoas geralmente esquecem os exemplos
bons da vida”, lamenta Sebastião.
Padre Ônio foi pároco da Catedral de
Santana por muitos anos em Caicó. Depois foi pároco da Paróquia de Nossa
Senhora de Fátima em Olinda (PE). De lá ele retornou para a Diocese e
veio ser pároco da Paróquia de São João batista em Cerro Corá. Depois
passou a pároco-emérito de Cerro-Corá e ficou como vigário paroquial de
Santana de Currais Novos e da Imaculada conceição de currais Novos. Já
tinha 61 anos de sacerdócio.
Sebastião Morais nos revela outras facetas do Monsenhor Ônio. “Foi
professor, músico, era um apaixonado pelo violino, inclusive mantinha
um instrumento até seus últimos dias de vida. E por coincidência morreu
na madrugada de hoje, dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. Ele
era um padre muito evoluído, idoso somente na idade. Gostava muito da
Juventude”, explicou. E sobre os desafios da Diocese de Caicó com a
perda de padres do quilate de Monsenhor Ônio Caldas de Amorim,
Sebastião Morais deixa seu recado. “São lacunas impreenchíveis, um
padre que tem cultura, cumpridor dos deveres não é fácil se ser
substituído. É uma lacuna que não terá substituto”, finalizou.
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