domingo, 15 de março de 2015

Tomba critica o governo federal, e diz que o Nordeste não aguenta mais ser humilhado

“Não aguentamos mais sofrer humilhações, como a que estamos sofrendo, para ter direito a água, que é um direito de todos”. A declaração é do deputado estadual Tomba Farias (PSB), que, durante a audiência pública sobre a seca, realizada hoje na Assembléia Legislativa, teceu duras críticas ao governo federal e a demora na tomada de decisões para amenizar os efeitos da seca.
Enfatizando que 17 municípios do RN estão em colapso de abastecimento de água, o parlamentar destacou que as cidades de Acari e Currais Novos podem ficar sem água nos próximos dias. “Já fazem três meses que foi licitada a construção da adutora e a obra não começou por falta de recursos ”, lamenta.
Tomba Farias ressaltou que o governo federal não tem dinheiro para os municípios, mas o BNDES abre suas portas para investir o capital brasileiro fora do País. “Enquanto em Currais Novos e Acari as obras da adutora não iniciam por falta de dinheiro, o governo envia dinheiro para obras em outros países”, disse.
São as seguintes obras internacionais custeadas com recursos do Brasil: Projeto Hacia el Norte – Rurrenabaque-El-Chorro / Bolívia (US$ 199 milhões), Porto de Mariel /Cuba (US$ 682 milhões), Hidrelétrica de San Francisco / Equador (US$ 243 milhões),  Hidroelétrica de Chaglla / Peru (US$ 320 milhões), Metrô Cidade do Panamá (US$ 1 bilhão), Autopista Madden-Colón / Panamá (US$ 152,8 milhões), Aqueduto de Chaco / Argentina (US$ 180 milhões do BNDES), Soterramento do Ferrocarril Sarmiento / Argentina (US$ 1,5 bilhões do BNDES) Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas / Venezuela (US$ 732 milhões), segunda ponte sobre o rio Orinoco / Venezuela, (US$ 300 milhões), Barragem de Moamba Major / Moçambique (US$ 350 milhões), entre outras.
Tomba também criticou o perdão das dívidas dos países africanos. “Para o agricultor sofrido, que enfrenta seis anos de seca, não tem perdão nenhum. O agricultor perde o seu gado, mas quando chegam as eleições é o Nordeste que coloca o governo onde ele está”, enfatizou.
         O parlamentar assinalou também que o governo federal já deveria ter destinado recursos para programas de urgência, como forma de garantir o início das obras que foram licitadas, mas que não começam por falta de dinheiro.

 Ele citou ainda o exemplo de Carnaúbas dos Dantas, cuja obra está concluida, mas não foi inaugurada por falta de  pagamento.

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