“Não
aguentamos mais sofrer humilhações, como a que estamos sofrendo, para
ter direito a água, que é um direito de todos”. A declaração é do
deputado estadual Tomba Farias (PSB), que, durante a audiência pública
sobre a seca, realizada hoje na Assembléia Legislativa, teceu duras
críticas ao governo federal e a demora na tomada de decisões para
amenizar os efeitos da seca.
Enfatizando que 17
municípios do RN estão em colapso de abastecimento de água, o
parlamentar destacou que as cidades de Acari e Currais Novos podem ficar
sem água nos próximos dias. “Já fazem três meses que foi licitada a
construção da adutora e a obra não começou por falta de recursos ”,
lamenta.
Tomba Farias
ressaltou que o governo federal não tem dinheiro para os municípios, mas
o BNDES abre suas portas para investir o capital brasileiro fora do
País. “Enquanto em Currais Novos e Acari as obras da adutora não iniciam
por falta de dinheiro, o governo envia dinheiro para obras em outros
países”, disse.
São as seguintes obras internacionais custeadas com recursos do Brasil: Projeto Hacia el Norte – Rurrenabaque-El-Chorro / Bolívia (US$ 199 milhões), Porto
de Mariel /Cuba (US$ 682 milhões), Hidrelétrica de San Francisco /
Equador (US$ 243 milhões), Hidroelétrica de Chaglla / Peru (US$ 320
milhões), Metrô Cidade do Panamá (US$ 1 bilhão), Autopista Madden-Colón /
Panamá (US$ 152,8 milhões), Aqueduto de Chaco / Argentina (US$ 180
milhões do BNDES), Soterramento do Ferrocarril Sarmiento / Argentina
(US$ 1,5 bilhões do BNDES) Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas / Venezuela
(US$ 732 milhões), segunda ponte sobre o rio Orinoco / Venezuela, (US$
300 milhões), Barragem de Moamba Major / Moçambique (US$ 350 milhões),
entre outras.
Tomba também criticou
o perdão das dívidas dos países africanos. “Para o agricultor sofrido,
que enfrenta seis anos de seca, não tem perdão nenhum. O agricultor
perde o seu gado, mas quando chegam as eleições é o Nordeste que coloca o
governo onde ele está”, enfatizou.
O
parlamentar assinalou também que o governo federal já deveria ter
destinado recursos para programas de urgência, como forma de garantir o
início das obras que foram licitadas, mas que não começam por falta de
dinheiro.
Ele citou ainda o exemplo de Carnaúbas dos Dantas, cuja obra está concluida, mas não foi inaugurada por falta de pagamento.
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