sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Polícia Federal investiga depredação na UFRN após protesto dos estudantes

Foto: José Aldenir
Foto: José Aldenir
Diego Hervani
Repórter
A Polícia Federal começou nesta sexta-feira (24) a perícia na Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que foi vandalizada por estudantes que ocuparam o local por uma semana. Paredes pichadas, móveis quebrados e fiações danificadas são apenas uns dos problemas encontrados.
“O delegado Paulo Henrique Rocha, superintendente interino da PF no Rio Grande do Norte, informou que a PF foi notificada ontem (quinta) pela reitora sobre o ocorrido na Reitoria da UFRN. Com a instauração do inquérito, os trabalhos periciais tiveram início em busca de colher provas e apurar as responsabilidades”, informou uma nota enviada pela assessoria de imprensa da Polícia Federal.
Quando a reportagem do Jornal de Hoje esteve na UFRN na manhã desta sexta, a instituição também estava realizando uma perícia para identificar os problemas e os prejuízos deixados pelos estudantes. De acordo com o superintendente de infraestrutura da universidade, Gustavo Coelho, os danos foram muitos. “Nós encontramos diversos móveis danificados. Eles também danificaram bem as paredes dos locais onde ficaram. Foram muitas pichações. Eles jogaram tinta no auditório da Reitoria. Instalações eletrônicas e sanitárias também foram danificadas”.
Como a perícia só deve ser finalizada no final da tarde desta sexta, o superintendente afirmou que ainda não sabe o valor que será gasto para arrumar o que foi danificado. “É extremamente lamentável tudo o que aconteceu. Eles realmente deixaram um rastro de vandalismo nos locais. Vamos fazer todo o levantamento do dano ao patrimônio público. Depois, vamos passar o relatório para a reitora, que definirá o que deverá ser feito”.
A ocupação da Reitoria da UFRN aconteceu no dia 17 de outubro (quinta-feira). Segundo os estudantes, um aluno sofreu uma nova agressão de um segurança terceirizado dentro das dependências da universidade. Com faixas e barracas armadas no local, os estudantes pediam que a reitora Ângela Paiva Cruz reafirmasse os compromissos feitos há dois anos quando houve um episódio semelhante e que tomasse providências.
“Nós estamos ocupando aqui, mais uma vez, contra as arbitrariedades por parte da equipe de segurança, tanto a segurança terceirizada, da empresa Garra, quanto do Departamento Segurança Patrimonial (DSP). Dia nove passado, eles espancaram um amigo nosso com requintes de tortura. Realmente um indivíduo não estava fazendo nada, estava observando eles quebrando um espaço de convivência que foi construído autonomamente e coletivamente por estudantes da universidade”, disse Álvaro, um dos estudantes que estavam na ocupação na última segunda-feira.
Em nota enviada para a imprensa, a reitora Ângela Maria Paiva Cruz afirmou que mesmo antes da ocupação já tinha se reunido com os estudantes e tomado algumas providências iniciais, enquanto a sindicância fosse desenvolvida, como o afastamento dos dois seguranças da UFRN e determinou à empresa terceirizada igual tratamento para os seus dois agentes de segurança que deram apoio à referida ação da DSP. Porém, ainda assim os estudantes acabaram ocupando o local.

Nenhum comentário: