Puebla (México) 6 mar (EFE).- A posição dos dois corpos mumificados achados no Pico de Orizaba, no centro do México, permite acreditar que esses homens morreram abraçados há 50 anos, relataram nesta sexta-feira os membros do Grupo de Resgate Delta de Chalchicomula de Sesma, no estado de Puebla.
Conforme informaram, na próxima semana eles voltarão ao local a mais de 5 mil metros para retirá-los do gelo e levá-los ao local onde as autoridades farão a identificação.
Em declarações à Agência Efe, Francisco Rodríguez, escalador e diretor de Defesa Civil de Chalchicomula de Sesma, um dos que subiu ontem ao Orizaba, informou que o grupo está trabalhando na integração da equipe de especialistas que os recuperará, já que se trata de uma missão muito complexa. Segundo ele, a dificuldade se dá não apenas porque os corpos estão em uma 'área perigosa', como porque devem ser preservados 'tal qual estão', disse.
Ele e Hilario Aguilar chegaram ao local ontem, depois que outros alpinistas localizarem o primeiro corpo mumificado no último fim de semana. Ao escavarem o gelo, encontraram o segundo corpo, mas a operação teve que ser interrompida por conta de uma espessa neblina.
'O primeiro apresentava uma lesão no crânio, o que indica que sofreu uma severa queda. O segundo estava abraçado ao primeiro, cada um deles com pequenos fragmentos de roupa', explicou Francisco Rodríguez.
O Orizaba é a montanha mais alta do México, com 5.630 metros. Os dois corpos estão na parte nordeste, a 5.270 metros de altitude, uma região conhecida como Geleira Jampa.
Segundo Rodríguez, é possível distinguir a cor dos fragmentos de roupa que está conserva, uma mochila e parte de uma arcada dentária.
'Esses detalhes poderiam ajudar as famílias que acreditam que eles são seus parentes a fazer o reconhecimento', apontou Aguilar.
A Justiça de Puebla espera os corpos congelados para realizar os exames genéticos correspondentes para identificá-los.
Os seis escaladores que encontraram por acaso o primeiro corpo congelado tentaram manter a descoberta em segredo para preservar a imagem da montanha, conforme disse à Agência Efe Alberto Rangel, um dos integrantes desse grupo. A tentativa se viu frustrada quando uma foto do corpo mumificado foi parar no Facebook sem autorização e em poucas horas deu a volta ao mundo.
'Aconteceu exatamente o que queríamos evitar: que escaladores sem formação adequada para o resgate do corpo acessassem o local e se vangloriassem de uma descoberta que não fizeram, transformando o fato em mercadoria', lamentou Rangel.
O Pico de Orizaba, também conhecido como Citlaltépetl, se encontra nos limites entre os estados de Puebla e Veracruz e é terceira maior montanha da América do Norte. EFE