sexta-feira, 11 de julho de 2014

Caso TelexFree: nos EUA, prisão para os sócios, no Brasil, carreira política

Carlos Costa, diretor de marketing da Telexfree
Por VEJA
O diretor de marketing, sócio e porta-voz da TelexFree no Brasil (que leva o nome de Ympactus), Carlos Roberto Costa, está se candidatando a uma vaga na Câmara. Costa filiou-se ao Partido Republicano Progressista (PRP) e quer concorrer ao cargo de deputado federal pelo Espírito Santo. A candidatura ainda não está confirmada, pois os pedidos de impugnação podem ser entregues à Justiça Eleitoral até as 19 horas do dia 12. Contudo, por obra da morosidade do Judiciário, não há nenhum impedimento conhecido que tire de Costa o direito de se candidatar. Enquanto nos Estados Unidos os dirigentes da TelexFree foram presos tão logo foram detectadas provas de que se tratava de um amplo esquema de pirâmide, a Justiça brasileira leva mais de um ano investigando o caso, sem que a acusação seja concluída. As investigações no Brasil começaram em maio de 2013, enquanto nos EUA, ocorreram no início de 2014. A prisão do presidente da TelexFree americana, James Merrill, foi decretada em maio deste ano. Outro sócio da empresa, Carlos Wanzeler, também teve a prisão decretada, porém fugiu para o Brasil antes de o mandado ser expedido.
Carlos Costa
Ficha de Costa no site do TSE mostra patrimônio de R$ 13 mi
Carlos Costa declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio superior a 13 milhões de reais, entre carros, imóveis, contas bancárias e participações em empresas. Ele afirmou ainda que gastará até 3 milhões de reais com a campanha eleitoral. Em sua ficha consta ainda que ele possui o Ensino Médio completo, nasceu em 1963 no Rio de Janeiro e é dono de três imóveis em Vila Velha (ES) que, juntos, valem 1,377 milhão de reais.
A TelexFree teve seus bens bloqueados no Brasil em junho do ano passado. Estima-se que o valor ultrapasse 600 milhões de reais — o que não é suficiente para ressarcir os membros da pirâmide, que perderam, segundo as investigações americanas, mais de 1 bilhão de dólares em todos os países em que o esquema funcionava. Para burlar o bloqueio no Brasil, os dirigentes da companhia tentaram transferir ilegalmente 100 milhões de reais para duas empresas, a Worldxchange e a Simternet. A Justiça conseguiu impedir a transação, mas não houve punição aos envolvidos.
Segundo relatório da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula o mercado financeiro americano, Carlos Costa, amigo de longa data de Wanzeler, chegou a deter participação de 30% na TelexFree americana, mas vendeu sua fatia a James Merrill e ficou apenas com fatia na filial brasileira. Segundo dados da Justiça Eleitoral, ele possui hoje 300 mil reais em cotas da Ympactus (razão social da TelexFree no Brasil) e 2 milhões de reais em participação na Simternet, empresa usada para receber o dinheiro desviado da TelexFree.

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