MARCOS DIONÍSIO
O
coordenador de Direitos Humanos no Rio Grande do Norte, Marcos Dionísio Caldas,
vem calculando diariamente os crimes de homicídios registrados no Estado e, de
acordo com ele, os números são assustadores. Somente até o dia 24 de maio deste
ano, 567 já foram assassinadas em território potiguar. No entanto, a quantidade
de mortes pode ser ainda maior, tendo em vista que esses não são dados
completos.
Os
números, ainda de acordo com Marcos Dionísio, são considerados bastante
elevados, tendo em vista que uma cidade como São Paulo, que tem população
estimada em 11.376.685 habitantes, teve, até o final de abril, 400 casos de
homicídios. No Rio Grande do Norte, a população estimada, pelo IBGE, é de
3.228.198.
“Nossa
atual onda de violência já é infinitamente superior à violência praticada em
São Paulo e é a maior da nossa história”, relata Marcos Dionísio. Ele informa
ainda que Natal teve, no período citado, um total de 213 assassinatos. Já
Mossoró, na região Oeste, teve contabilizados 77 homicídios, até 24 de maio.
“Esses
números deveriam preocupar, escandalizar e tirar o Estado do RN da sua
paralisia administrativa e do corolário de intrigas politiqueiras em que se
tornou, não com debates nos parlamentos e fóruns, mas em convescotes de suas
elites que se habituaram nos colóquios em batizados, enterros, casamentos e
solenidades”, desabafou o coordenador de Direitos Humanos.
Os
567 casos de homicídios registrados em menos de cinco meses no Rio Grande do
Norte já representam mais da metade do total de assassinatos contabilizados em
2012. No ano passado, a Secretaria Estadual de Segurança Pública havia
divulgado que 940 pessoas foram mortas em homicídios.
Ainda
de acordo com os dados de Marcos Dionísio Caldas, levando em contas os 144 dias
deste ano contabilizados por ele, a média chega a 3,93 homicídios por dia. “Porém, a gente
ressalta que até o final de maio, a quantidade de mortes deverá fechar a casa
dos 600 casos, pois do dia 24 para cá já tivemos casos não contabilizados e
outros homicídios deverão acontecer”, destaca.
Marcos
Dionísio afirma ainda que se nada for feito e essa média se mantiver, o RN pode
fechar 2013 com sua pior estatística de homicídios, beirando os 1.200 casos. “O
primeiro passo necessário para impedirmos esse avanço dos assassinatos é dotar
o RN de um Conselho Estadual de Segurança, nos moldes do Conselho Nacional de
Segurança Pública, onde gestores, policiais e representantes da Sociedade Civil
iriam parir as políticas de que necessitamos para a superação desse tempo de
trevas e de mortes. Para o Brasil Mais Seguro poder render os resultados que
necessitamos, é preciso a modificação dos critérios de velocidade e do modo de
governança”, afirma.
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