Estudantes
formam o símbolo da luta contra a Aids nesta sexta-feira (30) durante
ação realizada em Taipei, em Taiwan (Foto: Pichi Chuang/Reuters)
O vírus da Imunodeficiência Humana (HIV/Aids) contamina mais homens que mulheres no Rio Grande do Norte.
Dos 3.122 diagnósticos de contaminação, 67% são do sexo masculino,
segundo o Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST/Aids). A presença dos soropositivos é maior em Natal
e na Região Metropolitana da capital. Essas áreas concentram 60% dos
casos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap).“A cultura masculina de procurar pouco o serviço de saúde e o fato de terem mais parceiros sexuais, deixam o homem mais vulnerável”, afirmou Sônia Cristina Lins, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids. Para difundir a cultura da testagem para identificação do HIV e acompanhamento dos soropositivos, o estado disponibiliza os serviços de referência no tratamento em Natal, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Parnamirim, São José de Mipibu, Caicó, Pau dos Ferros e Santa Cruz.
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Mas os serviços não têm conseguido conter a incidência da doença no
estado. Segundo o coordenador local da Rede Nacional de Pessoas Vivendo
com HIV/AIDS, Edvaldo Andrade, em 2011 foram registrados 399 casos a
mais do que no ano anterior. E morreram mais soropositivos: 124 em 2011
contra 108 mortes em 2010. De 2000 à 2011 a Aids matou 826 potiguares.“É preciso investir mais no tratamento das doenças oportunistas. Não basta o Governo Federal fornecer o coquetel para o controle do vírus. É necessário ter tratamento para as outras doenças que vem com a Aids. Deve ter medicamentos e médicos suficientes na rede pública de Saúde, tanto Municipal quanto Estadual”, enfatizou Edvaldo Andrade.
Edvaldo é funcionário público e tem 47 anos. Ele foi diagnosticado com o vírus HIV há 17 anos. “Eu recebi o resultado faltando poucos dias para o meu aniversário de 30 anos. Foi uma mudança radical na minha vida. Repensei valores, mudei muita coisa e consegui ter qualidade de vida”, declarou.
Ele lembra que é sempre difícil saber que se é soropositivo, principalmente pelo preconceito que se tem em torno da doença. “Sempre foi vista como uma peste gay. Eu tive que ser aposentado na época, parei de trabalhar. São estigmas que precisam sair da sociedade”, desabafou.
Edvaldo se considera feliz, mas ao olhar a realidade das pessoas que convivem com a Aids, disse que a tristeza aparece. “O RN está na contramão do Brasil. O último boletim do Ministério da Saúde mostrou que em 2011 o número de casos no país diminuiu 11%, já no nosso estado cresceu 17%. Precisamos mudar esta realidade. É preciso informação”, asseverou.
Serviço
Para solicitar atendimento, os portadores da doença podem entrar em contato com a Sesap através do telefone (84) 3232-6963.
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