Deve ser apresentado nas próximas 48 horas um relatório sobre as
condições de casas e construções que apresentam rachaduras em razão dos
sucessivos abalos sísmicos que vêm ocorrendo na cidade de Pedra Preta, a 149 quilômetros de Natal. A informação foi confirmada ao G1 pelos
engenheiros Gerson Ricardo Oliveira e Luiz Carlos Madruga. Eles fazem
parte do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte
(Crea-RN) e realizaram, na manhã desta quinta-feira (7), uma vistoria
em vários imóveis danificados. “Alguns casos isolados preocupam e
precisam ser acompanhados, mas não há motivos para alarme”, disse
Gerson.
A equipe de reportagem do G1 passou a noite na cidade
nesta quarta (6) e constatou que os moradores já não dormem nas calçadas
ou nas áreas de casa como na noite do 31 de outubro, quando a cidade
foi atingida por 10 tremores de terra consecutivos entre 20h e 23h. Uma
medida mais simples foi adotada para facilitar a fuga, caso seja
necessário: as portas não ficam trancadas durante toda a noite. “Se
precisar correr, a porta já vai estar aberta. Fica mais fácil assim”,
diz o funcionário público Francisco Jair Pereira, de 48 anos.
Há, no entanto, quem adote medidas mais drásticas, como a família do caminhoneiro Cícero Avelino, de 60 anos, que decidiu há mais de uma semana dormir na carroceria de um caminhão.
O pesquisador Joaquim Ferreira, que integra o Laboratório Sismológico da UFRN, explica que a causa dos abalos em Pedra Preta é a formação geológica do estado. "Todo o Rio Grande do Norte está na borda da bacia potiguar que é uma região que é a mais ativa do Brasil. Por isso, acontecem esses tremores", diz.
Pedra Preta fica localizada na região Central do Rio Grande do Norte, tem 2.600 habitantes, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. Destes, 70% residem na zona rural. A cidade é pacata e quase todo mundo se conhece. Em todo o município, há sete escolas: cinco na zona rural e duas na cidade. Uma igreja católica, duas evangélicas e um centro espírita dividem a fé dos moradores. Os postos de saúde são três. A cidade conta com um ponto de apoio para a Polícia Militar, mas não tem delegacia. Cinco policiais se revezam na segurança do município.
A professora Jane Meire Trajano, de 30 anos, que dá aulas para uma turma do 1º ano, conta que os alunos ficam agitados e nervosos quando há um abalo sísmico mais forte. Ela confidencia que também fica assustada, mas tenta disfarçar a tensão para não amedrontar ainda mais os alunos. “Eles ficam muito nervosos, alguns gritam, outros choram. No primeiro tremor forte eles correram desesperados. Eu tento demonstrar que estou tranquila para tentar acalmá-los, mas dá bastante medo, sim. Agora nós já conseguimos sair da sala com mais calma em dia de tremor”, afirma.
Luiz Antônio aguarda um laudo da Defesa Civil Estadual para decretar estado de calamidade pública por causa dos abalos sísmicos. Segundo ele, a situação mais preocupante é na zona rural do município. “Nos assentamentos Canto Comprido e São Pedro existem 153 casas que foram construídas sem o alicerce, direto no chão, e lá a situação é crítica, os moradores querem fazer barracas porque já não estão com coragem de dormir dentro das casas”, afirma o prefeito. A cidade tem ainda 187 casas de taipa localizadas na zona rural que também estão comprometidas por causa dos tremores de terra.
“Se nós decretarmos calamidade pública, vamos solicitar recursos para montar ao menos barracas para os moradores dessas casas, até que possamos fazer a reforma das casas”, diz o prefeito.
Há, no entanto, quem adote medidas mais drásticas, como a família do caminhoneiro Cícero Avelino, de 60 anos, que decidiu há mais de uma semana dormir na carroceria de um caminhão.
O pesquisador Joaquim Ferreira, que integra o Laboratório Sismológico da UFRN, explica que a causa dos abalos em Pedra Preta é a formação geológica do estado. "Todo o Rio Grande do Norte está na borda da bacia potiguar que é uma região que é a mais ativa do Brasil. Por isso, acontecem esses tremores", diz.
Pedra Preta fica localizada na região Central do Rio Grande do Norte, tem 2.600 habitantes, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. Destes, 70% residem na zona rural. A cidade é pacata e quase todo mundo se conhece. Em todo o município, há sete escolas: cinco na zona rural e duas na cidade. Uma igreja católica, duas evangélicas e um centro espírita dividem a fé dos moradores. Os postos de saúde são três. A cidade conta com um ponto de apoio para a Polícia Militar, mas não tem delegacia. Cinco policiais se revezam na segurança do município.
saiba mais
Apesar dos abalos, a rotina da cidade não foi alterada. Escolas, postos
de saúde, comércios, prefeitura: tudo continua funcionando normalmente.
A única medida adotada foi autorizar a liberação dos alunos em dias de
tremores fortes.A professora Jane Meire Trajano, de 30 anos, que dá aulas para uma turma do 1º ano, conta que os alunos ficam agitados e nervosos quando há um abalo sísmico mais forte. Ela confidencia que também fica assustada, mas tenta disfarçar a tensão para não amedrontar ainda mais os alunos. “Eles ficam muito nervosos, alguns gritam, outros choram. No primeiro tremor forte eles correram desesperados. Eu tento demonstrar que estou tranquila para tentar acalmá-los, mas dá bastante medo, sim. Agora nós já conseguimos sair da sala com mais calma em dia de tremor”, afirma.
Com dedo do telhado desabar, agricultor Cícero Avelino passa as noites na carroceria do caminhão
(Foto: Fernanda Zauli/G1)
O prefeito do município, Luiz Antônio Bandeira, busca apoio de todos os
lados. Já solicitou a visita da coordenação da Defesa Civil Estadual,
Corpo de Bombeiros e Conselho Regional de Engenharia. Por último,
solicitou à Secretaria Estadual de Saúde Pública o envio de psicólogos
para dar apoio aos moradores de Pedra Preta. “Nós estamos fazendo tudo o
que está ao nosso alcance. É uma situação preocupante, alarmante, mas é
preciso manter a calma e a tranquilidade”.(Foto: Fernanda Zauli/G1)
Luiz Antônio aguarda um laudo da Defesa Civil Estadual para decretar estado de calamidade pública por causa dos abalos sísmicos. Segundo ele, a situação mais preocupante é na zona rural do município. “Nos assentamentos Canto Comprido e São Pedro existem 153 casas que foram construídas sem o alicerce, direto no chão, e lá a situação é crítica, os moradores querem fazer barracas porque já não estão com coragem de dormir dentro das casas”, afirma o prefeito. A cidade tem ainda 187 casas de taipa localizadas na zona rural que também estão comprometidas por causa dos tremores de terra.
“Se nós decretarmos calamidade pública, vamos solicitar recursos para montar ao menos barracas para os moradores dessas casas, até que possamos fazer a reforma das casas”, diz o prefeito.
Cerca de 600 tremores foram sentidos no município nos últimos 13 dias (Foto: Fernanda Zauli/G1)
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