O Papa Francisco continua a usar o telefone para fazer contato com
algumas pessoas que lhe escrevem, provocando surpresa e comoção. Desta
vez, o destinatário do "telefonema pastoral" foi o sacerdote brasileiro
Gleison de Paula Souza.
Um dia após Francisco receber sua carta, ligou para ele, convidando-o a
ir até a Casa Santa Marta, no Vaticano, onde confessou. No encontro, o
Santo Padre exaltou a figura dos santos piemonteses, terra de origem de
sua família: "'Il Cottolengo' é uma obra bonita, a sua vocação é bonita,
dentro daquele quadro dos santos piemonteses do século XIX, com um
laicismo feroz, um anticlericalismo feroz, maçonaria feroz e então surge
dom Bosco, Cafasso, dom Orione, o Cottolengo, e também as mulheres,
tantas mulheres santas".
"Eu escrevi uma carta ao Papa Francisco - explicou padre Gleison - e a
entreguei a uma amiga para que a fizesse chegar ao Papa pessoalmente.
Ela o fez durante a visita à paróquia do Sagrado Coração de Jesus no dia
19 de janeiro. Depois me disse que o Papa a guardou no bolso".
"Na segunda-feira, dia 20 - continuou -, estava estudando. Às 15h56
tocou o meu celular. Era um número privado, respondi. Uma voz repetiu
várias vezes: 'É o Gleidson? É o Gleidson? Eu falo com Gleidson?'.
Respondi: 'Sim, Santo Padre, sou o Gleidson'. E prosseguiu: 'Vejo que
reconheces a minha voz. A minha voz já é muito conhecida'", brincou.
Padre Gleidson falou com Francisco sobre o que havia escrito na carta em
relação ao caminho vocacional e foi encorajado pelo Pontífice. Após,
Francisco lhe disse: "Venha encontrar-me". Gleidson, por sua vez,
convidou o Papa a visitar a comunidade do Instituto Teológico, que
respondeu não saber se era possível, mesmo a comunidade localizando-se
no Monte Mario, próximo ao Vaticano, mas que o faria saber em poucos
dias.
Na quinta-feira, dia 23, Francisco o chamou novamente, convidando-o para
ir à Casa Santa Marta. No dia 27, às 16h15, Gleidson apresentou-se nos
portões vaticanos, acompanhado do diretor da comunidade, padre Carlo
Marin e o do pai espiritual, padre Giacomo Defrancesco. No encontro, o
Papa "brincou conosco - disse padre Gleidson - pois com a emoção não
sabíamos onde sentar e ele nos disse: 'É melhor olhar face a face os
inimigos' e começou a rir. Nos surpreendeu a sua veste branca com três
botões com o tecido desfiado, símbolo de sua pobreza e simplicidade".
No encontro o Papa falou da Congregação dos Orionitas, dizendo
conhecê-la e recordou, que em Buenos Aires, havia feito uma experiência
de voluntariado no Cottolengo de Claypole durante 15 dias, quando era
noviço jesuíta.
Por fim, padre Gleison teve um encontro privado com o Papa Francisco de
cerca 35 minutos, quando confessou, como havia pedido na carta. "Ele não
me deu respostas - afirmou - mas me deu liberdade de refletir dizendo
que está comigo".
Ao concluir o relato, padre Gledison disse que o Papa "está nos
evangelizando não com palavras, mas com a sua presença acolhendora, a
sua simplicidade, os seus gestos, a sua ternura".
Com informações da Rádio Vaticano.
Da redação do Portal Ecclesia.
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