terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Início das aulas: Salas das escolas estaduais não têm carteiras


Falta de estrutura para comportar os alunos. É isso que ficou exposto nesta terça-feira (28), dia marcado para iniciar as aulas na rede estadual de ensino. Como resultado, o início das aulas foi suspenso em alguns locais, em outros os diretores usaram o pouco que tinha, para tentar iniciar de alguma forma.
28/01/2014 - Professores da rede estadual de ensino entram em greve por tempo indeterminado

Diretora do Moreira Dias aponta problemas
de estrutura
. Foto: Carlos Guerra Júnior
A Escola Moreira Dias, no bairro Doze Anos, só tem oito salas de aula e pouco menos de 300 carteiras, mas cerca 1500 alunos estão matriculados, para os três turnos. A diretora da instituição, Socorro Freire, afirma que o grande número de alunos matriculados se deu por conta de um erro no Sistema Integrado de Gestão da Educação (Sigeduc), sistema de matrícula adotado pela primeira vez neste ano.

Segundo Socorro, a orientação da Diretoria Regional de Educação Cultura e Esportes (Dired) foi a de aceitar todos os alunos que se apresentassem com o comprovante de realização de matrícula do sistema, mas não pode atender a grande demanda.

“A orientação que recebemos é de aceitar todo mundo com o comprovante do Sigeduc. Quando vimos que estávamos em 1500 alunos nós paramos, porque o turno que tínhamos mais alunos no ano passado, que era o vespertino, contava com 308 estudantes. Queremos nos desculpar com os pais e alunos, pois não é algo da nossa vontade”, declarou a diretora, afirmando que adiou o início para o dia 03 de fevereiro, na expectativa que o problema seja resolvido, mas não tem certeza de que o ano letivo será iniciado nesta data.
A professora de história Rita Maria afirma ainda que a Secretaria Estadual de Educação solicitou que fosse desativada a biblioteca ou a sala de informática, para receber mais uma sala de aula.  “Em tempos da era da informática, onde até a matrícula é online, desativar uma sala de computação? E uma escola sem biblioteca não existe”, questionou a professora.
A coordenadora do 12ª Dired, Magali Delfino, exime o Governo do Estado de culpa, afirmando que não houve comunicado oficial da diretoria do Moreira Dias, fato que não pôde colocar a instituição dentro do planejamento do Dired.
“Fui realizar uma visita normal, como faço em todas as escolas no início de ano letivo, e me deparei com essa paralisação. Essa é uma escola que sempre funcionou muito bem, mas passou por eleições, mudança de diretoria e não nos comunicou sobre a situação. Trabalhamos com planejamento e todas as escolas nos passaram em novembro as dificuldades que teriam para iniciar as aulas”, comentou Magali, afirmando que vai passar um balanço para a Secretaria de Educação, sobre a situação de todas as escolas que não iniciaram as aulas, para que os problemas sejam resolvidos.
A direção da escola reconhece que não realizou o comunicado oficial, por falta de tempo hábil, mas afirma que vai enviar ainda nesta terça-feira (28).
Rodízio
Se na Escola Moreira Dias houve a suspensão do início das aulas, a diretoria da Escola Estadual Jerônimo Rosado, no bairro Vingt Rosado, resolveu optar por um rodízio. Com duas salas sem uma carteira escola sequer, a diretora Régia Berlânia determinou distribuir as turmas no calendário escolar.   Diretora Régia apresenta ofício
“Até que seja resolvido, vai ser assim, vai ter aula em uma turma e em outra folga, para que não haja um prejuízo total do ensino”, declarou Régia.
A diretoria da escola também usou as ferramentas que tinha para equipar as turmas. Sem carteiras em outras turmas, as salas estão montadas com birôs que seriam para professores com alunos, cadeiras doadas pela Ufersa e outras quebradas.
Régia Berlânia apresentou, a reportagem do DEFATO.COM, dois ofícios que foram enviados. No primeiro, do dia 10 de janeiro, ela solicita 300 carteiras ao Dired, que segundo ela, afirmou que iria repassar logo que pegasse as carteiras de outras escolas
que foram desativadas. No outro do dia 21, foram pedidas 200 carteiras a Coordenadoria de Manutenção, Patrimônio e Serviços (Comps), que não obteve resposta.
“Ainda temos outros problemas, como a falta de nove janelas, que expõe a escola aos ladrões. As carteiras e birôs quebrados. Enfim, o pouco que temos está sucateado”, declarou Régia.


Sala de aula estão sem carteiras. Foto: Carlos Guerra Júnior
Magali Delfino afirma que a 12ª Dired não aceita o sistema de rodízio e vai tomar as ações cabíveis. Ela contesta que o ofício não foi entregue em suas mãos e, que mesmo assim, foi enviado poucos dias antes do início das aulas, quando deveria ter comunicado sobre a falta de carteiras desde novembro.                                                 

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