quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

PARQUE NACIONAL DA FURNA FEIA – O PARQUE NACIONAL COM A MAIOR QUANTIDADE DE CAVERNAS DO BRASIL FICA NO RN



Com 8,4 mil hectares e 213 cavernas em seu interior, o Parque Nacional Furna Feia, localizado entre Baraúna e Mossoró, está previsto para ser simbolicamente inaugurado na manhã de hoje pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio),  Roberto Vizentim, por volta das 9h30, numa solenidade preliminar  durante o VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC) no Centro de Convenções, que se encerra amanhã. A governadora do estado, Rosalba Ciarlini, deve participar da apresentação daquele que é considerado o mais novo do Brasil e o primeiro no Rio Grande do Norte.
Diego BentoA principal caverna do Parque Furna Feia tem 766 metros de extensão. A área tem catalogadas outras  212 cavernas nos 8,4 hectaresA principal caverna do Parque Furna Feia tem 766 metros de extensão. A área tem catalogadas outras 212 cavernas nos 8,4 hectares

A principal caverna do Parque Furna Feia fica a cerca de 300 quilômetros de Natal e tem 766 metros de extensão. É  a mais importante atração do mais novo parque nacional brasileiro, criado pela presidenta Dilma em junho, dentro do pacote de medidas anunciado às vésperas da Rio+20. Há três anos, nenhuma área de proteção ambiental nacional havia sido criada no país.

Vizentim alegou que a ideia (vide entrevista) é aliar a conservação do meio ambiente e estimular o turismo sustentável, gerando emprego e renda para os moradores da região. Nesse sentido, o ICMBio já pensa em incluir a unidade no Programa Parques da Copa, dos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, que visa a estruturar vários parques nacionais em todo o país para servir de opção de lazer para os brasileiros e estrangeiros durante os intervalos dos jogos do campeonato mundial de futebol em 2014.

Amanhã, às 19h30, a apresentação oficial do Parque Nacional da Furna Feia ocorrerá no Memorial da Resistência, em Mossoró. Uma visita está agendada na sexta-feira pela manhã, com ambientalistas, representantes dos setores produtivos e membros do governo.

De acordo com informações da Valor Econômico, a nova área protegida sob a pressão de atividades econômicas que se expandem na região, principalmente a mineração de calcário, insumo que abastece indústrias de diferentes setores, como a de cimento. “Foi necessário abrir mão de 700 hectares para evitar conflitos com requerimentos de lavra já protocolados no Departamento Nacional de Produção Mineral”, informa Diego Medeiros Bento, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV), órgão federal que elaborou estudos para a criação da unidade de conservação.

“Há dez anos, apenas três cavernas eram conhecidas na região, e quando as demais começaram a ser descobertas, surgiu a proposta de protegê-las e usá-las como instrumento para gerar renda por meio do turismo”, diz Bento. Ele enfatiza que a questão econômica emperrou o processo que já estava praticamente concluído no ano passado e que “o parque foi finalmente criado graças à Rio+20”.

Quase metade da área engloba a reserva legal de um assentamento criado na antiga fazenda da empresa Maísa, grupo agroindustrial pioneiro na fruticultura irrigada na região, que faliu em 2003. “De uma hora para outra mais de mil famílias receberam lotes, sem assistência ou estrutura mínima de produção, com riscos de atividades predatórias”, diz Bento.

Os colonos assentados apoiaram a iniciativa de proteger a área, convencidos sobre a possível valorização das terras, a chegada de infraestrutura e o melhor abastecimento de água, além das oportunidades de ganho. “Há muito por fazer para o parque sair do papel, começando pelo plano de manejo, que define seus usos”, afirma José Iatagan Mendes, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), órgão responsável pelas unidades de conservação no país. O plano futuro é transformar o Parque Nacional Furna Feia no ponto de partida para um roteiro turístico de cavernas, incluindo o Lajedo da Soledade, no município vizinho de Apodi, ameaçado por fornos de cal abastecidos por rochas que escondem acervos arqueológicos.




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