quarta-feira, 23 de abril de 2014

Novas ações emergenciais só em junho


Apesar da situação atual do Rio Grande do Norte - 159 cidades em declarado estado de emergência, 12 em colapso no sistema de abastecimento de água e nove  em racionamento e dos alertas meteorológicos de que as chuvas não serão suficientes para recuperar o nível de água dos reservatórios -, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e  a Defesa Civil do Estado se posicionam na espera pelo fim do período chuvoso para tomar medidas emergenciais que garantam aumento na oferta de água, evitando que outras cidades entrem em colapso de abastecimento durante o ano de 2014.
Aldemar FreireGargalheiras, que abastece as cidades de Currais Novos e Acari, está com 10% da sua capacidade, situação considerada críticaGargalheiras, que abastece as cidades de Currais Novos e Acari, está com 10% da sua capacidade, situação considerada crítica

Por enquanto, a esperança é de que “os céus  mandem chuva”. “Fechou maio, começou junho, parou de chover de tudo e não tem mais perspectiva de chuva, aí sim, o Estado vai ter que sentar e colocar em prática o que andou planejando. Mas com as coisas de Deus a gente nunca sabe, de repente dá uma chuva forte...”, afirma a coordenadora de gestão de recursos hídricos da Semarh, Joana D’arc.

“A gente tem a esperança de haver algum aporte de água ainda. Vamos esperar o final do inverno para tomar novas ações emergenciais”, corrobora o secretário da Semarh,  Luciano Cavalcanti. “Estamos aguardando um novo parecer, novos estudos meteorológicos. Vamos aguardar as previsões”, coloca o tenente Lavínio Flávio de Souza, assessor técnico da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).

O setor de meteorologia da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio Grande do Norte (Emparn) já adiantou que o período chuvoso no semiárido nordestino deve acabar em meados de maio e, até lá, não terá sido suficiente para recuperar satisfatoriamente o nível dos reservatórios potiguares. A Semarh afirma que não houve recuperação dos reservatórios nestas últimas chuvas, mas prefere esperar pelo final do próximo mês para saber com que quantidade de água irá lidar durante o resto do ano.

Para um enfrentamento da escassez de água, as ações “no gatilho” não são novidades para o sertanejo. Carros-pipa e perfuração de poços. “Em municípios de menor porte quando eles entrarem em colapso, a solução é carro-pipa mesmo”, diz a coordenadora. Porém, não há ainda definições de quais cidades receberiam estes benefícios, ou quanto de material seria necessário. O planejamento virá somente ao final de maio e início de junho. Atualmente, 134 cidades são abastecidas por carros-pipa em operação coordenada pelo Exército. Segundo o tenente Lavínio, as 23 cidades sob responsabilidade da Defesa Civil Estadual foram orientadas a procurar o Exército.

Em consequencia da seca que se alonga nos últimos dois anos, já existe uma averiguação das localidades mais críticas, principalmente, no Seridó e Alto Oeste. Currais Novos, no Seridó, é uma das cidades mais preocupantes. Abastecida pelo açude Gargalheiras, o município tem o abastecimento de água equacionado até agosto de 2014, segundo informou o titular da Semarh. O reforço para ela seria a perfuração de 20 poços até maio desse ano, trabalho que ainda está em fase inicial.

A barragem Marechal Dutra, em Acari, mais conhecida como açude Gargalheiras, abastece as cidades de Currais Novos e Acari e está com 10% da sua capacidade, de acordo com última medição, em 9 de abril. Para Joana Darc, esta situação prediz que pode haver racionamento nas duas cidades, mas nada está decidido.

Para o Alto Oeste, está em conclusão uma adutora de engate rápido, levando água da barragem de Santa Cruz do Apodi a Pau dos Ferros, a partir de uma ligação em Itaú. A adutora de 42 km deve ser finalizada em 45 dias, beneficiando a cidade polo e mais 26 municípios. Já o reservatório Itans, em Caicó,  e o Boqueirão de Parelhas estão “no limite”, garantindo, com dificuldade, o abastecimento humano para o ano de 2014.

Nenhum comentário: