Numa hora, ele pega a Bíblia na cabeceira para fazer uma pregação. Na
outra, pega os cílios postiços para a próxima parada gay. Apesar de soarem
antagônicas, as opções fazem parte do cotidiano do líder pastoral Marcos Lord —
ou drag queen Luandha Perón, para os íntimos. Professor da rede pública há sete
anos, em Duque de Caxias, Marcos é um carioca de sorriso largo, que demonstra
sua crença religiosa com uma devoção para fiel fervoroso nenhum botar defeito.
Evangélico de berço, ele diz ter sofrido quando se revelou homossexual, há dez
anos, aos 26. A saída para não abandonar a fé foi entrar na Igreja da
Comunidade Metropolitana (ICM). O ramo evangélico é conhecido por ter a maior
parte dos fiéis integrantes da comunidade LGBT, o cenário propício para o
nascimento, em 2011, de Luandha — “uma subversão, uma exaltação do feminino”,
como define o pastor.
Globo
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