Um crime tem recebido grande repercussão no Paraná após as entrevistas do assassino. A
chamada “chacina de Londrina” vitimou quatro pessoas. Entre elas, a
líder do movimento negro da cidade, Vilma Santos de Oliveira, a mãe
dela, Allial de Oliveira dos Santos, 86, e a neta, Olivia Santos de
Oliveira, de apenas 10 anos.
Vilma era mais
conhecida como Yalaorixá Yá Makumby, mãe de santo que era uma das
principais lideranças do Candomblé na região. Ela era vizinha de Diego
Ramos Quirino, 30 anos, assassino confesso. O que tem causado
estranhamento é ele afirmar que não está arrependido, pois suas vítimas
eram “hostes espirituais da maldade”.
Ao
delegado William Douglas Soares o réu contou os detalhes do ocorrido,
mas defende-se alegando ter recebido “ordens divinas” para que cometesse
os assassinatos.
Um amigo de
Diego diz que ele estava agindo de forma estranha no sábado e que
afirmava estar “ouvindo a voz de Deus”. Chegando em casa, ele esfaqueou
e matou primeiro a própria mãe, Ariadne Benck dos Anjos, 48. Depois,
foi até a casa das vizinhas.
“Ele
falou que ele não via essas pessoas como alguém que ele conhecia, mas
estas eram hostes espirituais da maldade, que estavam dominadas por
espíritos do mal e ele tinha o propósito de libertá-las. As vozes teriam
dito que ele deveria fazer justiça e por isso sair nu”, explica o
delegado. Acrescentou que Diego continua falando sobre “teorias do fim
dos tempos e usando a expressão ‘verdade que liberta’”.
A causa
apontada para o “surto psicótico” foi uma briga com a namorada, Patrícia
Amorim Dias, 19 anos. Após um desentendimento, quando ela e a sogra,
Ariadne, terem dito que o comportamento dele “não era de Deus”. Quando
tentou atacar Patrícia, sua mãe interviu e foi esfaqueada. Depois, saiu
nu de casa e foi atrás de Patrícia até a casa vizinha, onde matou as
outras 3 pessoas. Patrícia conseguiu escapar com vida. Ele tem um
histórico de drogadição desde os 13 anos e já passou por quatro
internações.
Desde o
primeiro momento, baseando-se no depoimento de Diego, falou-se em
“intolerância religiosa”. Mas como o pai do jovem é adepto do candomblé e
não foi atacado, a tese enfraqueceu. Na casa da Yalaorixá Makumby,
todas as imagens religiosas foram encontradas ao chão, mas segundo o
delegado foram utilizadas como defesa pessoal. “Ninguém é esfaqueado sem
tentar se defender”, declarou.
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