Gratuidade, apresentada como prova de que empresa não é pirâmide, vigoraria por 90 dias
Bloqueda há 58 dias, a Telexfree
vai propor à Justiça deixar de cobrar pela adesão de novos associados
durante um prazo de 90 dias. Isso, argumenta um dos sócios, serviria
para provar que a empresa se sustenta da venda de serviços. E não, como
entende o judiciário do Acre, uma pirâmide financeira mantida de pé
pelas taxas de adesão.
A proposta foi apresentada na noite desta
quarta-feira (14) por Carlos Costa, sócio da Telexfree, em vídeo
publicado numa rede social, dois dias depois de a empresa sofrer a 10ª
derrota no processo que congelou suas atividades. Investigado
criminalmente em dois Estados, Costa tentou mas não conseguiu obter um habeas corpus para evitar uma eventual prisão preventiva.
"Eles dizem que nosso negócio se mantém com a entrada de novos divugaldores [ nome dado aos associados da empresa
]. Nessa nossa proposta nós vamos pedir um prazo de 90 dias só
trabalhando nessa forma e, nesse período de 90 dias, a Ympactus do
Brasil [r azão social da Telexfree
] vai aceitar cadastro de novos divulgadores gratuitamente, de graça",
disse Carlos Costa, condicionando o plano à aceitação pela Justiça.'R$ 40 mil por mês'
A Telexfree informa comercializar
A promessa é de lucros expressivos: no vídeo divulgado nesta quarta-feira (14), Costa mostra um exemplo em que o divulgador poderia ganhar, ao montar uma rede, US$ 19 mil, "algo perto de R$ 40 mil por mês", com a venda de pacotes de telefonia VoIP que custam US$ 49,90.
De acordo com os sócios, o modelo já atraiu cerca de 1 mihão de divulgadores no Brasil e 2 milhões em todo o mundo.
O Ministério Público do Acre (MP-AC), porém, argumenta que a Telexfree é uma pirâmide financeira, pois a maior parte do
A Justiça do Acre aceitou essa denúncia e, em 18 de junho, determinou o bloqueio das contas da empresa e dos sócios : Carlos Costa, Carlos Wanzeler, Lyvia Wanzeler e James Merryl. O último recurso – a 10ª derrota – foi negado no último dia 12 pela 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) .
No vídeo desta quarta-feira (14), Costa afirma que a empresa deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) assim que o acórdão da decisão. O STJ já negou um recurso contra a empresa .
BBom, Priples, Multiclick
O caso Telexfree chamou a atenção para que o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Amaury Oliva, chamou de "febre" de empresas com indício de serem pirâmides financeiras. Ao todo, 31 estão sob investigação em todo o País.
Além da Telexfree, tiveram as atividades bloqueadas a BBom e a Priples . A BBom também nega irregularidades e o advogado da Priples não se manifestou à época do congelamento das atividades. A Multiclick , como mostrou o iG , também é alvo de inquérito e tentou impedir um eventual bloqueio na Justiça, mas teve a solicitação negada. Seu advogado também não se manifestou sobre o fato.
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