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Nascente do rio Potengi em Cerro Corá |
O Rio Potengi é o principal rio do estado do Rio Grande do Norte. Sua nascente está localizada no município de Cerro Corá e sua foz na capital Natal. Seu delta logo
foi descoberto pelos primeiros colonizadores, utilizando-o para
adentrar o território com suas embarcações. Denominaram-no Rio Grande,
por seu vasto leito e extensão. Em Natal, marca a divisão entre as zonas
norte e sul da cidade. A grafia correta é Potenji pois prescreve-se o uso da letra "j" para palavras de origem tupi.
O nome vem do tupi Rio dos Camarões. Ao longo dos anos, a grafia foi
alterada para Potengy, Potengi e finalmente para Potenji. Do mesmo
vocábulo poti vem potiguar, o que come camarões. Imagine morar em um dos mais belos cenários do mundo e não saber
aproveitá-lo. No Rio Grande do Norte, essa é uma realidade cada vez mais
presente. Em um lugar onde não se vê políticas de educação e
conscientização ambiental, nem o encanto da
Emanuel AmaralFrancisco das Chagas, pescador, mostra a situação do Potengi e o despejo de esgoto
paisagem,
nem os prazeres que ela proporciona ficam livres de perigo. Atualmente,
o maior e mais importante rio do Estado sofre as consequências de uma
poluição que parece não ter fim. As ameaças ao rio Potengi vêm de todos
os lados: empresários, indústrias, comércio e da própria população.
O
crescimento urbano é um dos fatores preocupantes, pois o aumento sem
planejamento das cidades “espreme” o rio, que acaba transbordando na
época das cheias. O rio percorre 176 km desde a nascente, no município
de Cerro Corá, até desaguar no mar, em Natal. O charme desse encontro,
entretanto, não é contemplado porque na maior parte desta trajetória, a
voz predominante é o grito do rio por socorro.
O risco está em
ações comumente realizadas, como a retirada de areia e argila sem
recuperação do dano, destruição das matas ciliares sem reflorestamento,
presença dos viveiros ilegais de carcinicultura que destroem os
manguezais e até a falta de consciência ambiental com o lixo urbano,
principalmente doméstico. Para se ter uma ideia, o último mutirão feito
no rio para retirada do lixo coletou 13,5 toneladas em apenas quatro
horas. Mas de todos os especialistas entrevistados, a resposta foi a
mesma: a falta de um saneamento básico adequado em Natal e Região
Metropolitana é o principal problema para esse estuário.
Como
qualquer outro estuário (área de encontro do rio com o mar), o rio
Potengi também se encontra com outros rios menores durante seu trajeto.
No município de Macaíba, o afluente é o rio Jundiaí, predominante no
município, e onde a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE constatou
maior foco de sujeira. Esgotos domésticos, industriais e lixo de
praticamente todos os tipos.
Em alguns pontos, a vegetação
estava misturada a carcaças de animais mortos jogados, em sua maioria,
por matadouros clandestinos. Além disso, a população ribeirinha do rio
Jundiaí-Potengi não é pequena. Os focos de lixo domésticos encontrados
vinham principalmente deses moradores. Em frente a uma das casas, várias
sacolas plásticas com lixo doméstico estavam jogadas no mangue. Além
disso, o hábito de jogar o lixo dos automóveis na rua e também dos
pedestres contribui para a poluição. Quando a maré enche e o rio segue
seu percurso normal para o mar, todo esse lixo é distribuído pelo
estuário.
Nas palavras do pescador Francisco das Chagas, as
plantas dos mangues entre São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Natal mais
parecem “árvores de natal”. Com garrafas, embalagens plásticas e sacolas
presas aos galhos das árvores, essa é a impressão que se tem. Pneus
velhos, restos de colchão, copo descartável, tênis, latinhas e uma
infinidade de resíduos domésticos também ‘enfeitam’ o mangue.
Priscilla Castro - Repórter
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Desembocadura do rio Potengi no oceano Atlântico em natal |
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O rio grande em Natal |
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Rio Potengi na grande Natal |
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Rio Potengi em Macaíba em 1960 |
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Rio Potengi reflorestado |
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Rio Potengi em Macaíba |
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Rio Potengi em São Paulo do Potengi |
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