domingo, 10 de novembro de 2013

Réus do mensalão se preparam para prisões

Longe de sua rotina em Brasília, uma das preocupações do advogado Marthius Sávio Cavalcante Lobato agora diz respeito às condições do presídio de Bangu 8 no Rio.
Apesar de não ter uma informação oficial, ouviu de colegas de profissão mais versados no tema que a unidade de detenção deve ser o destino de seu cliente, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses no processo do mensalão.
Com o julgamento de parte dos recursos marcado para a próxima quarta-feira, existe a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal concluir o processo para alguns dos réus -entre eles Roberto Jefferson e os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT)- e determinar o início do cumprimento das penas.
“Meu cliente cometeu crimes contra a administração pública. Preciso garantir que sua integridade física seja garantida no caso do início do cumprimento da pena. Ele não pode ficar ao lado de presos de alta periculosidade, como milicianos e traficantes”, disse Lobato.

Editoria de Arte/Folhapress
Para saber como estão as condições do presídio, o advogado enviou ofício ao Ministério da Justiça e fará o mesmo para a Secretaria de Segurança do Rio. “Se o presídio não tiver como garantir a segurança do meu cliente vou pedir sua remoção para que ele cumpra pena onde terá assegurados seus direitos.”
Os cuidados de Lobato também estão sendo tomados por outros advogados que atuam no processo do mensalão. São pelo menos 13 os réus que podem ter seus casos concluídos na próxima semana -uma outra leva, condenada por placar apertado, ainda tem direito a um recurso que só deve ser analisado no ano que vem.
Condenado ao regime fechado, tal como Pizzolato, o ex-vice-presidente do Banco Rural Vinícius Samarane deverá cumprir sua pena próximo da família, num presídio de Belo Horizonte (MG).
Fora os dois, há oito réus condenados ao regime semiaberto, quando é possível deixar a cadeia durante o dia para trabalhar, e três que cumprirão penas alternativas.
Por isso, parte dos réus articula empregos, seja como autônomos, na iniciativa privada, ou até mesmo nos partidos, para conseguir autorização do juiz de execução penal e não ter que passar o dia inteiro dentro de colônias agrícolas ou industriais.
Costa Neto ficará em Brasília, onde um estabelecimento que recebe presos do semiaberto está sendo ampliado. Ele articulou um posto na área administrativa do PR.
Henry ficará em Cuiabá (MT) e dirá que vai trabalhar em sua clínica médica. Sua assessoria diz que ele é um dos poucos especialistas em medicina hiperbárica no país.
Também se preparando para o semiaberto, o ex-advogado Rogério Tolentino busca oportunidades de trabalho em sua área. Por isso ele deve reabrir seu escritório.
Jefferson, também condenado ao regime semiaberto, quer obter prisão domiciliar porque está com câncer.
Folha

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