Longe de sua rotina em Brasília,
uma das preocupações do advogado Marthius Sávio Cavalcante Lobato agora
diz respeito às condições do presídio de Bangu 8 no Rio.
Apesar de não ter uma informação
oficial, ouviu de colegas de profissão mais versados no tema que a
unidade de detenção deve ser o destino de seu cliente, o ex-diretor de
Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7
meses no processo do mensalão.
Com o julgamento de parte dos recursos
marcado para a próxima quarta-feira, existe a possibilidade de o Supremo
Tribunal Federal concluir o processo para alguns dos réus -entre eles
Roberto Jefferson e os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP) e
Pedro Henry (PP-MT)- e determinar o início do cumprimento das penas.
“Meu cliente cometeu crimes contra a
administração pública. Preciso garantir que sua integridade física seja
garantida no caso do início do cumprimento da pena. Ele não pode ficar
ao lado de presos de alta periculosidade, como milicianos e
traficantes”, disse Lobato.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Para saber como estão as condições do
presídio, o advogado enviou ofício ao Ministério da Justiça e fará o
mesmo para a Secretaria de Segurança do Rio. “Se o presídio não tiver
como garantir a segurança do meu cliente vou pedir sua remoção para que
ele cumpra pena onde terá assegurados seus direitos.”
Os cuidados de Lobato também estão sendo
tomados por outros advogados que atuam no processo do mensalão. São
pelo menos 13 os réus que podem ter seus casos concluídos na próxima
semana -uma outra leva, condenada por placar apertado, ainda tem direito
a um recurso que só deve ser analisado no ano que vem.
Condenado ao regime fechado, tal como
Pizzolato, o ex-vice-presidente do Banco Rural Vinícius Samarane deverá
cumprir sua pena próximo da família, num presídio de Belo Horizonte
(MG).
Fora os dois, há oito réus condenados ao regime semiaberto, quando é possível deixar a cadeia durante o dia para trabalhar, e três que cumprirão penas alternativas.
Fora os dois, há oito réus condenados ao regime semiaberto, quando é possível deixar a cadeia durante o dia para trabalhar, e três que cumprirão penas alternativas.
Por isso, parte dos réus articula
empregos, seja como autônomos, na iniciativa privada, ou até mesmo nos
partidos, para conseguir autorização do juiz de execução penal e não ter
que passar o dia inteiro dentro de colônias agrícolas ou industriais.
Costa Neto ficará em Brasília, onde um
estabelecimento que recebe presos do semiaberto está sendo ampliado. Ele
articulou um posto na área administrativa do PR.
Henry ficará em Cuiabá (MT) e dirá que
vai trabalhar em sua clínica médica. Sua assessoria diz que ele é um dos
poucos especialistas em medicina hiperbárica no país.
Também se preparando para o semiaberto, o
ex-advogado Rogério Tolentino busca oportunidades de trabalho em sua
área. Por isso ele deve reabrir seu escritório.
Jefferson, também condenado ao regime semiaberto, quer obter prisão domiciliar porque está com câncer.
Folha
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