Mais de 35 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo,
anunciou, neste ano, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (Unaids). O número de novos casos caiu 33% nos últimos anos, de
3,4 milhões em 2001 para 2,3 milhões em 2012. Na mesma direção, o
número de mortes reduziu de 2,3 milhões em 2005 para 1,6 milhão no ano
passado. Na contramão dessas taxas, o Brasil amarga um aumento no número
de infectados. Em 2011, foram registrados 38.776 casos, o maior desde a
descoberta da doença, segundo o mais recente boletim epidemiológico do
Ministério da Saúde.
A perigosa estabilidade é observada nos três anos anteriores: 37.359,
38.188 e 38.529, respectivamente. O número de óbitos também encontrou
ameaçador equilíbrio, com cerca de 12 mil mortes pela doença desde 2009.
A taxa só é menor que a registrada em meados da década de 1990, antes
do coquetel de antirretrovirais ser oferecido no atendimento público de
saúde. Os dados não chegam a anunciar uma segunda epidemia da doença,
apesar de se aproximarem dos números que causaram tanta comoção na época
em que a Aids eclodiu no mundo ocidental.
“Em alguns meios artísticos, por exemplo, as pessoas perdiam alguém
conhecido praticamente de três em três meses”, conta Edgar Hamann,
professor e médico do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de
Ciências da Saúde da Universidade de Brasília. Mas o especialista
desconfia que haja, no Brasil, um processo de banalização da doença,
fenômeno também observado em países europeus. “As pessoas pensam: ‘Agora
estão sobrevivendo, estão bem’. Então, acham que a Aids é curável, o
que não é verdade.”
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