Por interino
Depois de sair das urnas com a menor
bancada na Câmara desde as eleições de 2002, passando de 88 para 70
deputados, o PT vai encolher ainda mais na próxima legislatura. Com as
indicações de congressistas para cargos nos governos estaduais e
federal, e com os suplentes filiados a outras siglas, o partido perderá
seis cadeiras e deixará de ser o maior da Casa, sendo ultrapassado pelo
PMDB, que soma 66 deputados.
Em tempos de turbulência no Congresso, a
diminuição das cadeiras do partido pode trazer ainda mais dor de cabeça
para a presidente Dilma Rousseff aprovar sua agenda de projetos. A nova
legislatura, que terá início em fevereiro, já causa preocupação ao
Palácio do Planalto pela pulverização de partidos: foram eleitos
representantes de 28 legendas, seis a mais do que a quantidade atual.
Isso fará com que o governo tenha de intensificar as negociações para
conseguir viabilizar propostas de interesse.
O PT mineiro perdeu três cadeiras: o
ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) e os deputados eleitos
Odair Cunha e Miguel Corrêa. Odair assumiu a Secretaria Estadual de
Governo de Fernando Pimentel e Corrêa, a de Ciência e Tecnologia. Pela
lista atual de suplentes, o primeiro a assumir uma das vagas é Ademir
Prates (Pros), seguido de Silas Brasileiro (PMDB) e de Wadson Ribeiro
(PCdoB). A quarta da suplência é a petista Maria do Carmo (PT), que
ficará no lugar do George Hilton (PRB), ministro do Esporte.
O PT baiano não contará com Nelson
Pelegrino, novo secretário estadual de Turismo, e com Josias Gomes,
secretário de Relações Institucionais do governador Rui Costa. Os
primeiros suplentes são Fernando Dantas Torres (PSD) e Davidson de
Magalhães Santos (PCdoB). No Piauí, a deputada eleita Rejane Dias ficou
na Secretaria Estadual da Educação, e o primeiro suplente é Silas Freire
Pereira e Silva (PR). Até o momento, o PMDB, favorito para vencer a
disputa à presidência da Câmara, não perdeu nenhuma das 66 cadeiras.
De acordo com a Diretoria-Geral da Mesa,
a distribuição de cargos em comissões ocorrerá conforme a quantidade de
deputados na data da posse, e não seguirá o número de eleitos em
outubro. O Regimento da Casa permite ao maior partido escolher os
colegiados prioritários – o que agora beneficiará o PMDB. Comissões como
a de Constituição e Justiça, hoje nas mãos do PT e cobiçada por todas
as legendas, pode causar a próxima disputa entre os aliados.
Independentemente dos cargos que ocupam
hoje, o Regimento da Casa determina que todos os eleitos devem assumir a
vaga. Eles precisam ficar pelo menos um dia no mandato e participar da
eleição da Mesa Diretora. No caso dos ministros, eles serão exonerados e
depois reconvocados pela presidente no dia seguinte. Desta forma, o PT
terá a bancada completa na votação que elegerá o próximo presidente da
Casa. Com o candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP), o partido tenta
derrotar o líder do PMDB e desafeto do Planalto Eduardo Cunha (RJ), hoje
favorito para vencer a disputa.
(Veja, com Estadão Conteúdo)
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