Desde os seis
anos eu sabia que era transexual. Queria fazer xixi em pé, jogar
futebol, me vestir como homem. Com 19 anos eu assumi minha nova
identidade. Não revelo meu nome antigo porque isso é voltar ao passado, e
minha história já é outra.
Eu e a Karen
estamos juntos há quatro anos e queríamos ter um filho. Se adotar uma
criança na Argentina é difícil para um casal hétero, imagine para um
casal transexual.
Como esse era o
sonho da vida dela, aproveitei que eu não estava tomando hormônios para
fazer um check-up e ver se eu podia engravidar. O médico disse que sim.
Para mim, foi
muito complicado psicologicamente voltar a menstruar, já que nos últimos
seis anos tomei hormônios para isso não acontecer. Eu já tinha uma
figura total de homem e deixar o tratamento de lado foi traumático. Meus
peitos voltaram a crescer, e agora não vejo a hora de conseguir fazer
uma cirurgia para tirá-los.
Minha
companheira me ajudou muito. Ela me dizia o tempo todo que eu continuava
sendo homem que nada tinha mudado, e que seriam só nove meses.
Durante a
gravidez, só senti que estava grávido quando minha filha chutava. Nos
outros momentos, era como se não fosse comigo. A Karen vivia pedindo
para eu tomar cuidado com a barriga, porque realmente eu não me tocava
que era comigo.Portal BO
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