Deslizamentos de terra, ruas e avenidas alagadas, lagoas de captação
transbordadas. São inúmeros os transtornos e prejuízos causados ao
natalense por causa das chuvas que caem sobre a capital potiguar desde
as primeiras horas da sexta-feira (13). O ponto mais crítico, segundo a
Secretaria Municipal da Defesa Civil, está em Mãe Luíza, na zona Leste
da cidade. Na rua Guanabara, uma das mais movimentadas do bairro, pelo
menos quatro casas correm risco de desmoronar em razão de uma cratera
que se abriu no meio da pista.
Parte do asfalto cedeu e deslizou barranco abaixo, levando também as
calçadas das residências, pedras e muita terra para a Via Costeira,
principal acesso à rede hoteleira.
Na noite deste sábado (14), duas residências já haviam sido destruídas.
Um poste também caiu dentro do buraco.Até o momento não há registro de
vítimas, mas alguns moradores da vizinhança insistem em furar o
isolamento feito pela Defesa Civil e se arriscam entrando nas casas para
retirar móveis e eletrodomésticos. O cordão de isolamento engloba onze
imóveis, um deles com dois andares.
Durante a noite do sábado, o Corpo de Bombeiros informou que moradores
de cerca de 50 casas nas proximidades da própria rua Guanabara e também
da Atalaia, tiveram que ser realojados no ginásio Nélio Dias, na Zona
Norte da cidade. Além destas residências, dois edifícios foram
evacuados. Os prédios ficam ao lado de uma escadaria que também foi
atingida e ruiu com o deslizamento.
A comerciante Laíze Campos é dona de um imóveis atingidos e que corre o
risco de desmoronar. "O que vou fazer? Este é o único bem que eu e minha
família temos. É desesperador saber que a qualquer momento você pode
perder tudo", disse ela, angustiada.
No início da tarde da sexta, quando a terra deslizou pelo barranco, a
areia invadiu a Via Costeira e arrastou cinco carros e uma motocicleta.
Ninguém se feriu, mas deixou a avenida interditada até a manhã do
sábado, quando um novo deslizamento fez a Defesa Civil interditar
novamente a pista. À noite, a situação se agravou e a terra voltou a
descer morro abaixo (veja vídeo ao lado).
A jornalista Carolina Souza fez a filmagem e conta que ficou apreensiva
no momento em que ocorreu o incidente. “Tinham pessoas lá embaixo,
fiquei nervosa. Tive medo de o muro cair sobre as pessoas”, lembra. No
vídeo, Carolina grita para alertar sobre o risco de desabamento.
Alerta
De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a chuva é contínua há praticamente 48 horas, com um acúmulo no período de 285 milímetros de água sobre a cidade. “Choveu nestes dois dias o equivalente a média histórica de todo o mês de junho”, afirma o meteorologista Gilmar Bristot. Ainda na noite do sábado, a Prefeitura de Natal emitiu um sinal de alerta e determinou que todas as Secretarias Municipais com equipes, material e veículos permaneçam de sobreaviso enquanto o tempo não melhorar.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a chuva é contínua há praticamente 48 horas, com um acúmulo no período de 285 milímetros de água sobre a cidade. “Choveu nestes dois dias o equivalente a média histórica de todo o mês de junho”, afirma o meteorologista Gilmar Bristot. Ainda na noite do sábado, a Prefeitura de Natal emitiu um sinal de alerta e determinou que todas as Secretarias Municipais com equipes, material e veículos permaneçam de sobreaviso enquanto o tempo não melhorar.
Ainda segundo o meteorologista da Emparn, o domingo será de tempo nublado com mais pancadas de chuvas.
O sol só deve aparecer mesmo na tarde da segunda-feira (16). E, mesmo
assim, ele não arrisca dizer que a partida entre Gana e EUA, que
acontece a partir das 19h, terá um céu estrelado. As duas seleções fazem
o segundo jogo que a Arena das Dunas recebe nesta primeira fase da Copa
do Mundo. Quando o México venceu Camarões por 1 a 0, na tarde da
sexta-feira (13), já chovia em Natal e as nuvens não deram trégua um minuto sequer.
Ao G1,
Bristot explicou que três fatores estão causando a permanência de
nuvens carregadas sobre a cidade. "Ventos fracos, água quente no litoral
e umidade alta. Estas três situações, juntas, fazem com que as chuvas
não dissipem", disse. "Para a capital potiguar, o mês de junho,
historicamente, é o mês mais chuvoso do ano", acrescentou o
meteorologista.
A Procuradoria Geral do Município também foi alertada e deve elaborar um
decreto de estado de calamidade pública ou de emergência a fim de que
sejam tomadas medidas necessárias para a recuperação das áreas atingidas
pelo temporal.
Ainda segundo a Prefeitura de Natal, desde o início das chuvas, ainda na
manhã da sexta-feira, vários bairros da cidade vêm enfrentando
problemas de alagamento pelo excesso de água - sobrecarregando o sistema
de lagoas de captação do município. Também houve deslizamento na rua do
Condor, nas Rocas, em função de um muro de arrimo ter cedido.
Força-tarefa
No início da noite do sábado foi preciso criar uma força-tarefa para discutir um plano de ações. Este grupo é composto pela Prefeitura, Corpo de Bombeiros e Exército (o vídeo ao lado mostra o momento em que houve um novo deslizamento de terra na Zona Leste).
No início da noite do sábado foi preciso criar uma força-tarefa para discutir um plano de ações. Este grupo é composto pela Prefeitura, Corpo de Bombeiros e Exército (o vídeo ao lado mostra o momento em que houve um novo deslizamento de terra na Zona Leste).
O telefone da Defesa Civil do Município está em regime de plantão. Os
casos de urgência e necessidade de atendimento devem ser relatados no
(84) 3232-2525.
G1 RN
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