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Em Natal, o Ato Público Contra as Injustiças da Copa do Mundo foi organizado pelo movimento Não Vai Ter Copa. A concentração, que não juntou mais de duzentas pessoas, começou às 16h, em frente ao shopping Midway Mall, localizado a apenas 2,5 km da Arena das Dunas, onde EUA e Gana jogaram às 19h. Os protestantes foram até a linha de contenção da polícia e dispersaram. No entanto, duas pessoas insistiram em se aproximar do campo da partida e acabaram presas.
O movimento em Natal ocorreu no dia em que a capital potiguar decretou estado de calamidade pública devido às fortes chuvas que têm atingido a cidade desde a última quinta-feira (12). Centenas de pessoas precisaram abandonar suas casas por causa das tempestades na cidade, que ainda convive com paralisações de guardas municipais e motoristas de ônibus. Também para a data estava confirmada a visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, à cidade.
Além do movimento social responsável pela organização do protesto, estiveram presentes no ato membros de sindicatos, como o dos servidores de saúde.
“Nossa intenção é mostrar para os governos que há oposição aos custos do mega-evento enquanto a saúde, educação, transporte e demais serviços públicos estão totalmente sucateados”, dizia o convite do evento. “Também se pretende denunciar a Lei da Copa, que entrega à FIFA o controle do espaço aéreo e urbano da nossa cidade, além da descabida intervenção dos EUA em Natal, que fechou a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e outros espaços públicos para garantir a permanência da seleção norte-americana.”
Cerca de 1,6 mil haviam confirmado presença até o início da passeata, número ínfimo se comparado ao dos grandes protestos do ano passado e que tem se repetido diariamente no País desde o início do Mundial.
Apesar da expectativa de receber ao menos 2 mil pessoas, número de ativistas que havia confirmado presença no evento até horas antes do início da passeata, apenas cerca de 200 compareceram ao primeiro ato contra a Copa do Mundo realizado em Curitiba. Segundo a Secretaria de Segurança Pública paranaense, 14 deles foram presos pela Polícia Militar ao final do ato, sendo 12 adultos e dois adolescentes – um de 15 e outro de 17 anos. Na capital potiguar, a PM prendeu duas pessoas. Já as forças de segurança da Bahia não informaram se houve detenções.
O protesto curitibano foi iniciado durante a partida entre Nigéria e Irã, a primeira do Mundial na Arena da Baixada, às 16h desta segunda. Os manifestantes do coletivo Não Vai Ter Copa se encontraram na Boca Maldita, na região central da capital paranaense, e de lá pretendiam ir ao estádio do Atlético Paranaense, que sedia o torneio em Curitiba.
Como era esperado, no local os participantes foram barrados por um amplo bloqueio da PM e acabaram dispersando em um protesto que até então ocorria sem confrontos. No entanto, alguns dos manifestantes decidiram voltar ao centro da cidade, onde promoveram depredações, quebrando vidraças de estabelecimentos e pichando ônibus.
A descrição do evento no Facebook teve 2,6 mil confirmações. A intenção dos manifestantes era, além de protestar contra os gastos públicos para a construção de estádios durante a Copa, se manifestar contra remoções de famílias de áreas da cidade devido à especulação imobiliária e contra as mortes ocorridas durante obras para o Mundial – três em São Paulo, quatro em Manaus, uma em Brasília e uma em Cuiabá.
Horas antes, em Salvador, onde Alemanha e Portugal se enfrentaram às 13h, os números não foram muito diferentes. Organizado pelo Comitê Popular da Copa, o ato pacífico reuniu cerca de cem pessoas e teve distribuição de flores a torcedores que se dirigiam à Arena Fonte Nova, onde a partida seria disputada.
Depois do jogo, um novo protesto ocorreu na capital baiana, desta vez no Centro Histórico da cidade em direção ao Largo do Pelourinho. O número, desta vez, foi ainda menor do que do movimento anterior: cerca de 30 pessoas. A PM informou não ter feito nenhuma intervenção no ato, que não gerou transtornos ao trânsito local.
Fonte: IG
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