Amanda Brandão, de 8 anos, morreu na madrugada desta quinta-feira (5), em Natal, após complicações em um quadro de pneumonia. Ela era portadora de síndrome da imunodeficiência - que enfraquece o sistema imunológico e, por causa dela, sofria com constantes infecções e precisava do transplante.
"A dor é grande. Pra gente não tem uma explicação. O meu sonho é que eu pudesse ter o abraço da minha filha, o sorriso dela e ouvir ela dizendo 'mamãe, eu te amo'”, disse a mãe de Amanda.
Elione Augusta, tia de Amanda, contou ao G1 que a menina pegou pneumonia 10 dias antes de ser internada para começar os exames para a realização da cirurgia. “No fim de abril ela teve uma gripe, mas quando chegou ao hospital foi constatado que estava com pneumonia”, afirmou.
Como Amanda sofria da síndrome da imunodeficiência, o quadro dela começou a piorar depois da internação. “Ela foi encaminhada para a UTI para ver se conseguia ficar boa logo, pois estava perto do dia de fazer o transplante. Infelizmente não deu tempo”, lamentou a tia.
No começo de abril, o doador compatível que havia desistido da cirurgia voltou atrás e decidiu doar a medula óssea para Amanda. A história dela foi mostrada pela Inter TV Cabugi em matéria exibida no dia 21 de março.
Não há estatísticas no Brasil sobre a desistência de possíveis doadores, mas, de acordo com o diretor do Departamento de Hemoterapia do Hemocentro, Rodrigo Villar, é mais frequente do que se imagina. “Acontece mais do que se imagina e, infelizmente, por causa da desinformação. A maior razão para a desistência ainda é o medo”, disse.
Ele explicou que o primeiro passo para quem pretende ser um doador de medula óssea é se cadastrar no Hemocentro. Quando é compatível com alguém, o possível doador tem que fazer exames para saber se está bem de saúde e apto a doar. O transplante pode ser feito de duas formas. A mais comum, segundo ele, é por meio de uma punção da medula óssea. O procedimento é realizado no centro cirúrgico, com anestesia geral. “É simples. Não podemos dizer que o risco é zero porque envolve um procedimento cirúrgico, mas é um risco mínimo. O doador terá alta em um ou dois dias e poderá ficar com um certo desconforto no local da punção, mas é uma dor que pode ser resolvida com um analgésico. A dor é irrisória perante o benefício que o doador estará fazendo para a vida de alguém”, disse o médico.
O hematologista Rodrigo Villar explica que os riscos
são mínimos para o doador
(Foto: Fernanda Zauli/G1)
O outro procedimento é realizado por uma máquina que faz a coleta de
sangue periférica. O doador toma uma medicação que fará com que as
células tronco migrem para a corrente sanguínea. "A máquina então coleta
o sangue, centrifuga o sangue e separa o componente celular que eu
preciso", explicou o médico.são mínimos para o doador
(Foto: Fernanda Zauli/G1)
“Quem tem a oportunidade de doar a medula óssea está sendo agraciado, abençoado, porque está tendo a oportunidade de restaurar, de salvar uma vida”, disse Rodrigo Villar.
Quem já é cadastrado como doador de medula óssea pode atualizar o cadastro sempre que necessário no site do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
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