sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Criança com taquicardia espera horas por sala de reanimação em hospital de Natal

Crianaa
Marcelo Lima
Repórter
A crise no serviço de saúde no Brasil há muito não se restringe ao setor público. Nesta semana, a cabeleireira Fátima Farias, de 30 anos, teve a filha como protagonista de uma espera de quase três horas por uma vaga na sala de reanimação no Hospital Antônio Prudente, em Natal, da operadora de planos de saúde Hapvida. Além disso, ela afirma que o hospital não tinha seringas e ofereceu assistência de forma improvisada, enquanto a sala não era liberada.
Há nove anos, ela paga o plano de saúde para duas filhas. Atualmente, a conta mensalidade está em R$ 120,00. Segundo a cabeleireira, sua filha de nove anos nunca havia passado por uma crise tão forte. “Ela tem bronquite alérgica, passou muito mal, teve taquicardia e tudo. No momento que eu mais precisei não tive um ambiente bom. Acho que seria pior que o SUS”, disse.
A filha de Fátima chegou por volta das 21 horas da última terça-feira (29) na unidade hospitalar. Mesmo com a menina em crise, segundo ela, o atendimento não foi imediato. “Eu tive que aguardar chamar no painel. Tinha uma ou duas crianças na minha frente. Depois, ela tomou a medicação, mas aí ela passou mal mais ainda”, afirmou.
Foi nesse momento em que os médicos a encaminharam para a sala de reanimação para receber oxigênio. Mas, conforme a mãe, a única vaga na reanimação na pediatria estava ocupada. A alternativa foi ficar na sala de nebulização. “Eu fiquei em umas cadeiras de metal, muito desconfortáveis, com minha filha nos braços e eu implorando e pedindo por atendimento”, declarou.
Ainda segundo Fátima, outros pais que estavam acompanhando seus filhos na sala de nebulização não tinha acomodação adequada. “Tinham outros pais de cócoras lá dando nebulização nos filhos”, acrescentou. De acordo com a mãe, a equipe do hospital ainda tentou colocar uma cama dentro da sala, mas a largura da porta impediu. “Depois queriam colocar um colchão no chão, mas eu não ia colocar minha filha. Aí levaram um berço. Minha filha de nove anos ficou num berço”, enfatizou.
Conforme a cabeleireira, a equipe também conseguiu improvisar um tubo de oxigênio ainda na sala de nebulização. Só por volta da meia-noite e meia, a menina foi levada para a reanimação. “Eu falei com a mãe da outra criança [que ocupava a vaga antes da filha de Fátima] e ela disse que a filha já estava bem e não estava entendendo porque ainda estava na reanimação”, contou.

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