sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Central de Comercialização é ocupada por sem-terras

Itaércio Porpino
repórter 

MST ocupou prédio da Central de Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar

O prédio abandonado da Central de Comercialização da Agricultura Familiar, no bairro Lagoa Nova, foi ocupado ontem (31) por famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). O grupo abriu as portas à força e se alojou no local, de onde não pretende sair.

Os sem-terra varreram e limparam o chão, cheio de lixo e água suja, armaram redes, barracas e colocaram colchões, que chegaram depois, numa caminhonete. Outro carro trouxe panelas e mantimentos. Alguns do grupo foram logo se posicionando sob as duas tendas armadas na parte externa para comercializar os produtos orgânicos cultivados e trazidos de seus acampamentos.

“O Governo prometeu que usaríamos o espaço para vender nossos produtos, mas desde que foi inaugurado, em 2010, isso aqui nunca funcionou. Está aí abandonado, depredado, acumulando lixo e servindo de esconderijo para marginais”, reclamou Eriberto Ananias dos Santos, militante do MST.   

De acordo com Eriberto, em torno de 800 pessoas participaram da mobilização que resultou na ocupação da Central de Comercialização. A grande maioria, segundo ele, não é assentada; vive em barracos de lona em acampamentos na beira de estradas. Há famílias de Mato Grande, João Câmara, Ceará-Mirim, Canguaretama, Extremoz, Taipu, Ielmo Marinho e Barra de Maxaranguape.

Os sem-terra chegaram a Natal na quarta-feira (29) e acamparam em frente à superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-RN). Na quinta de manhã, saíram em caminhada pelas principais ruas da cidade até o prédio da Central de Comercialização de produtos da Agricultura Familiar, localizado próximo ao cruzamento das avenidas Jaguarari e Capitão-Mor Gouveia - ao lado da Ceasa.

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