Itaércio Porpino
repórter
O prédio abandonado da
Central de Comercialização da Agricultura Familiar, no bairro Lagoa
Nova, foi ocupado ontem (31) por famílias do Movimento dos Trabalhadores
Sem-Terra (MST). O grupo abriu as portas à força e se alojou no local,
de onde não pretende sair.
Os
sem-terra varreram e limparam o chão, cheio de lixo e água suja,
armaram redes, barracas e colocaram colchões, que chegaram depois, numa
caminhonete. Outro carro trouxe panelas e mantimentos. Alguns do grupo
foram logo se posicionando sob as duas tendas armadas na parte externa
para comercializar os produtos orgânicos cultivados e trazidos de seus
acampamentos.
“O Governo prometeu que usaríamos o espaço para
vender nossos produtos, mas desde que foi inaugurado, em 2010, isso aqui
nunca funcionou. Está aí abandonado, depredado, acumulando lixo e
servindo de esconderijo para marginais”, reclamou Eriberto Ananias dos
Santos, militante do MST.
De acordo com Eriberto, em torno de
800 pessoas participaram da mobilização que resultou na ocupação da
Central de Comercialização. A grande maioria, segundo ele, não é
assentada; vive em barracos de lona em acampamentos na beira de
estradas. Há famílias de Mato Grande, João Câmara, Ceará-Mirim,
Canguaretama, Extremoz, Taipu, Ielmo Marinho e Barra de Maxaranguape.
Os
sem-terra chegaram a Natal na quarta-feira (29) e acamparam em frente à
superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra-RN). Na quinta de manhã, saíram em caminhada
pelas principais ruas da cidade até o prédio da Central de
Comercialização de produtos da Agricultura Familiar, localizado próximo
ao cruzamento das avenidas Jaguarari e Capitão-Mor Gouveia - ao lado da
Ceasa.
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