quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Família de Marina no Acre quer tirar pai do 'alagado'

André Dusek/Estadão
Pedro Augusto da Silva, pai de Marina
'Seu' Pedro, pai da candidata do PSB, porém, diz que não arreda pé de bairro pobre de Rio Branco

Irmã mais nova de Marina Silva (PSB), Maria Elizete da Silva, de 52 anos, diz que uma das primeiras providências da irmã, caso chegue ao Planalto, será tirar o pai, Pedro Augusto da Silva, de 87, da casa de madeira em que vive na Cidade Nova, bairro pobre de Rio Branco. 

 Suspenso por vigas de alvenaria, o imóvel é anualmente visitado pelas cheias do vizinho Rio Acre, um tormento que se repete há cerca de 30 anos na vida dos Silva.  "Se a Marina ganhar para presidente, não vai deixar mais papai aqui neste bairro. 

Vai achar que também é demais, né? O que é que o povo não vai dizer: 'ela ganhou, o pai dela continua ali, no alagado, e ela não está fazendo pelo pai. Vai fazer por alguém?'", questiona Maria.  Ela conta que Marina tem pelejado para que seu Pedro - um ex-soldado da borracha, que por mais de 30 anos tirou o sustento dos seringais - finalmente aceite sair do local. Em vão.

 O pai prefere ficar perto da família, que vive, em sua maioria, na capital acriana e arredores. Duas irmãs moram em pequenas colônias na zona rural. O único irmão é instrutor de autoescola na cidade.  

Numa das últimas enchentes, a água ficou a um palmo de invadir o pavimento de cima, o que fez a presidenciável viajar à cidade, na tentativa de tirar o pai do local. "Ela veio e pediu para ele sair, mas papai é uma pessoa que, quando quer fazer uma coisa, não tem ninguém que tire", afirma Maria, lembrando que a ex-ministra, diante da recusa, comprou madeira para o caso de ser necessário subir os móveis.  

Entra enchente, sai enchente, seu Pedro adianta que não vai arredar o pé dali. 

Questionado pelo Estado se aceitaria se mudar para Brasília num eventual mandato da filha, foi taxativo: "Morar lá, não. De jeito nenhum.

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