quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Foi minha irmã', diz candidata que só recebeu um voto no RN


Felipe Gibson Do G1 RN
Selma Silva foi candidata a deputada estadual pelo PHS no RN (Foto: Arquivo pessoal/Selma Silva)Selma Silva foi candidata a deputada estadual pelo
PHS no RN (Foto: Arquivo pessoal/Selma Silva)
Ao registrar sua candidatura a deputada estadual na Justiça Eleitoral, Selma Silva não tinha nem de longe a intenção de receber votos. Tanto que a diarista de 49 anos não ganhou nem o próprio voto. A única pessoa a digitar o 31009 foi a irmã, que se surpreendeu ao ver a foto da irmã na urna eletrônica. "Minha filha contou para minha irmã, que não acreditou, mas no dia da eleição foi lá conferir e votou em mim", conta sorrindo a diarista, que é filiada ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS) há 10 anos.

Selma explica que se candidatou para que o partido cumprisse a cota mínima de 30% de candidatas mulheres, regra prevista em lei desde as eleições de 2010. A diarista já havia se candidatado com o mesmo o objetivo em 2012, quando se registrou para o cargo de vereadora em Natal. Apesar das duas candidaturas sem campanha, santinhos ou pedidos de votos, a diarista planeja um projeto mais ambicioso para 2016. "Quem sabe. Se fosse eleita faria diferente. Penso ao contrário dos políticos que estão aí hoje em dia", revela.
Selma com o marido João Maria, que também já se candidatou a cargos públicos no RN (Foto: Arquivo pessoal/Selma Silva)Selma com o marido João Maria, que também já se
candidatou  (Foto: Arquivo pessoal/Selma Silva)
O envolvimento com a política começou há 10 anos. "Passei a frequentar a sede do PHS, fiz amizade com o presidente do partido e a família toda se filiou também", relata. E foi justamente para Leandro Prudêncio o voto de Selma. O candidato concorreu ao mesmo cargo em que Selma registrou candidatura, deputado estadual. "Estávamos fazendo a campanha para ele", acrescenta a diarista.

E Selma não foi a única da família a se candidatar. O marido João Maria da Silva, de 49 anos, já tentou três vezes uma vaga na Câmara Municipal de Natal. "Já cheguei a fazer campanha para vereador com direito a santinho, adesivo e tudo mais. A meta neste ano era fazer Leandro Prudêncio deputado", explica João Maria, que atualmente trabalha como gerente de condomínio.

Além de diarista, Selma também vende marmitas para complementar a renda. Se tivesse a chance de assumir um cargo público no Rio Grande do Norte, ela conta que não se limitaria a tentar aprovar projetos no legislativo. "Com o dinheiro que eu ganharia - o salário de vereador é de R$ 17 mil em Natal - já daria para fazer coisas importantes. Me preocupo muito com a situação de idosos e crianças abandonadas. Falta um lugar de verdade para acolher. É trabalhar pelo simples", conclui.

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