O mapa mostra milhares de montanhas submersas anteriormente desconhecidas, chamados montes submarinos, com entre 900 e 1.900 metros de altura. Eles também identificaram cordilheiras inativas por onde os continentes se afastaram há milhões de anos. Essa visão detalhada da geologia submarina vem de um par de satélites que foram colocados no espaço por motivos completamente diferentes.
Uma cordilheira no sudoeste do Oceano Índico como visto pelo modelo gravitacional.
Os dois satélites são o CryoSat-2, da Agência Espacial Europeia, originalmente projetado para monitorar as calotas polares; e o Jason-1, da NASA e da agência espacial francesa CNES, originalmente criado para monitorar os níveis do mar. Em ambos os casos, os satélites são equipados com altímetros de radares que medem a distância entre a superfície da Terra e o satélite. Quanto mais espesso o gelo ou maior os mares, menor é a distância.
Conforme os satélites passam por oceanos vazios, eles também coletam uma enxurrada de dados sobre as mudanças na superfície do oceano. O formato da superfície do oceano é sujeito à gravidade das enormes montanhas e desfiladeiros próximos a ele. Subtraia o movimento das ondas e marés e você pode "ver" a o que está debaixo d'água apenas ao olhar a superfície.
O estudo publicado na Science usa um novo modelo sofisticado de gravidade para construir um mapa submarino a partir de dados de satélites da superfície do oceano. Com uma resolução máxima de cinco quilômetros, o mapa é o mais nítido já feito. Mas mesmo essa conquista imensa coloca em perspectiva quão vasto e desconhecido os oceanos ainda são. Resolução de cinco quilômetros mostra mais do que já vimos, mas ainda é um mapa borrado e aproximado. Não há esperança para, por exemplo, localizar um avião perdido desta forma.
Por enquanto, ainda sabemos mais sobre a superfície de Marte do que sobre o fundo do mar.
Todas as imagens cortesia de David Sandwell / Scripps Institute of Oceanography
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