terça-feira, 4 de junho de 2013

Fifa precisou acionar PM para ajudar agentes a lidar com torcida no Rio

Saída do Maracanã na noite de domingo, após o jogo (Foto: Mariucha Machado/G1)Saída do Maracanã no domingo, após o jogo
(Foto: Mariucha Machado/G1)
A Fifa precisou acionar a Polícia Militar do Rio de Janeiro para ajudar agentes de segurança privada contratados pela entidade – os chamados stewards – para resolver problemas com torcedores dentro do Maracanã, no domingo (2), durante o amistoso entre Brasil e Inglaterra. A partida serviu como teste final do esquema de segurança da Copa das Confederações, que começa no próximo dia 15 e terá partidas em seis capitais brasileiras.
Segundo José Hilário Medeiros, gerente de segurança do Comitê Organizador Local da Fifa para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, o auxílio dos policiais foi necessário porque alguns grupos não reagiram a orientações dos agentes da Fifa.

Durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, a segurança dentro dos estádios é de responsabilidade da Fifa e será feita pelos stewards, que atuam desarmados e não têm poder de polícia para revistar ou prender suspeitos.
No Maracanã, domingo, torcedores da Inglaterra, por exemplo, ocuparam escadas e bloquearam corredores de acesso durante a partida. Outro desafio foi com torcedores brasileiros que ocuparam assentos errados e não quiseram sentar nos lugares marcados antes da intervenção policial. Em ambos os casos, os stewards precisaram chamar a PM.

Dentro do Maracanã não foram registrados furtos ou roubos, diz a Fifa.
Torcida no jogo Brasil e Inglaterra na reabertura do Maracanã (Foto: Pilar Olivares/ Reuters)Torcedores vibraram nas arquibancadas na partida
do Brasil no Maracanã (Foto: Pilar Olivares/Reuters)
Alcançamos nossos objetivos, mas algumas correções, alguns ajustes, ainda precisam ser feitos, inclusive neste entrosamento entre a segurança pública e a privada. Estamos no caminho, acertando detalhes"

A Fifa contratou seis empresas de segurança brasileiras para atuar nos estádios da Copa das Confederações. Os profissionais passaram por avaliação da Polícia Federal, que observou a documentação e a formação dos agentes. Eles receberam ainda um treinamento específico da Fifa.
A ideia os organizadorm um segurança para cada 50 torcedores no estádio. No domingo, mais de 800 agentes atuaram no Rio de Janeiro.
'Novo modelo'
O amistoso entre Brasil e Inglaterra, que terminou empatado em 2 a 2, serviu para a Fifa e a Polícia Militar avaliarem a resposta da torcida brasileira a uma situação inédita: foi a primeira vez que PMs não ficaram "visíveis" no estádio e uma partida teve  os stewards como responsáveis pelo bem-estar dos torcedores.
Dentro do Maracanã, assim como nos estádios das outras cinco cidades-sede – Fortaleza, Brasília, Salvador, Recife e Belo Horizonte –, há salas destinadas a "esconder" os PMs, que não serão percebidos pelo público durante os jogos da Copa das Confederações, a menos que sejam acionados.
Em casos extraordinários, quando o público não responde aos pedidos dos agentes privados ou em situações de emergência, desastres ou atentados, a Fifa repassa a responsabilidade pela segurança para a PM ou às Forças Armadas.
"Ontem [domingo], tivemos vários momentos que precisamos acionar a PM, principalmente com alguns problemas com a torcida. O steward está lá para garantir o direito do ingresso do torcedor. Algumas pessoas sentaram no lugar errado, porque queriam ficar perto de amigos, e não queriam se deslocar para outra cadeira", disse José Hilário Medeiros, foi agente da Polícia Federal, atuou no Pan de 2007 e elaborou o plano de vigilância para as Olimpíadas de 2016.
"Outra responsabilidade da segurança privada é conter inicialmente uma tentativa de invasão a campo e liberar áreas de acesso, como foi o caso da torcida inglesa. Eles queriam ficar nas escadas e não seguiram as recomendações dos segurança", explicou.
Segundo ele, os eventos da Fifa mudam o conceito do futebol para o público, que precisa se habituar ao novo modelo. "As novas instalações serão legados que ficarão para o país, e o torcedor está se engajando neste novo conceito. Os stewards fazem parte do novo modelo".
"Dentro de cenários possíveis que trabalhamos sobre o que pode haver durante uma partida, temos planos de contingência para as mais diversas possibilidades, como um apagão total, um incidente de terror, uma briga generalizada. Cada membro [da segurança] sabe até onde pode atuar. A gente passa a responsabilidade de uma área para outra de modo integrado. A decisão é rápida", afirmou Hilário.
No Maracanã, mais de 800 stewards atuaram internamente, auxiliados por 350 PMs – que ficam em salas de pronta-resposta. Outros 650 policiais atuaram nas imediações do estádio, apoiados por 450 guardas municipais. A Polícia Militar aumentou em 6 mil o efetivo normal de policiamento da capital fluminense. A Polícia Civil teve um acréscimo de mil além do normal, segundo José Monteiro, diretor da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge), órgão do Ministério da Justiça, que coordena a atuação das polícias estaduais, Federal e Rodoviária Federal na Copa das Confederações

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