A Fifa precisou acionar a Polícia Militar do Rio de Janeiro para ajudar agentes de segurança privada contratados pela entidade – os chamados stewards – para resolver problemas com torcedores dentro do Maracanã, no domingo (2), durante o amistoso entre Brasil e Inglaterra. A partida serviu como teste final do esquema de segurança da Copa das Confederações, que começa no próximo dia 15 e terá partidas em seis capitais brasileiras.
Segundo José Hilário Medeiros, gerente de segurança do Comitê Organizador Local da Fifa para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, o auxílio dos policiais foi necessário porque alguns grupos não reagiram a orientações dos agentes da Fifa.
Durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, a segurança dentro dos estádios é de responsabilidade da Fifa e será feita pelos stewards, que atuam desarmados e não têm poder de polícia para revistar ou prender suspeitos.
Durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, a segurança dentro dos estádios é de responsabilidade da Fifa e será feita pelos stewards, que atuam desarmados e não têm poder de polícia para revistar ou prender suspeitos.
No Maracanã, domingo, torcedores da Inglaterra, por exemplo, ocuparam escadas e bloquearam corredores de acesso durante a partida. Outro desafio foi com torcedores brasileiros que ocuparam assentos errados e não quiseram sentar nos lugares marcados antes da intervenção policial. Em ambos os casos, os stewards precisaram chamar a PM.
Dentro do Maracanã não foram registrados furtos ou roubos, diz a Fifa.
Dentro do Maracanã não foram registrados furtos ou roubos, diz a Fifa.
A Fifa contratou seis empresas de segurança brasileiras para atuar nos estádios da Copa das Confederações. Os profissionais passaram por avaliação da Polícia Federal, que observou a documentação e a formação dos agentes. Eles receberam ainda um treinamento específico da Fifa.A ideia os organizadorm um segurança para cada 50 torcedores no estádio. No domingo, mais de 800 agentes atuaram no Rio de Janeiro.
'Novo modelo'
O amistoso entre Brasil e Inglaterra, que terminou empatado em 2 a 2, serviu para a Fifa e a Polícia Militar avaliarem a resposta da torcida brasileira a uma situação inédita: foi a primeira vez que PMs não ficaram "visíveis" no estádio e uma partida teve os stewards como responsáveis pelo bem-estar dos torcedores.
O amistoso entre Brasil e Inglaterra, que terminou empatado em 2 a 2, serviu para a Fifa e a Polícia Militar avaliarem a resposta da torcida brasileira a uma situação inédita: foi a primeira vez que PMs não ficaram "visíveis" no estádio e uma partida teve os stewards como responsáveis pelo bem-estar dos torcedores.
Dentro do Maracanã, assim como nos estádios das outras cinco cidades-sede – Fortaleza, Brasília, Salvador, Recife e Belo Horizonte –, há salas destinadas a "esconder" os PMs, que não serão percebidos pelo público durante os jogos da Copa das Confederações, a menos que sejam acionados.
Em casos extraordinários, quando o público não responde aos pedidos dos agentes privados ou em situações de emergência, desastres ou atentados, a Fifa repassa a responsabilidade pela segurança para a PM ou às Forças Armadas.
"Ontem [domingo], tivemos vários momentos que precisamos acionar a PM, principalmente com alguns problemas com a torcida. O steward está lá para garantir o direito do ingresso do torcedor. Algumas pessoas sentaram no lugar errado, porque queriam ficar perto de amigos, e não queriam se deslocar para outra cadeira", disse José Hilário Medeiros, foi agente da Polícia Federal, atuou no Pan de 2007 e elaborou o plano de vigilância para as Olimpíadas de 2016.
"Outra responsabilidade da segurança privada é conter inicialmente uma tentativa de invasão a campo e liberar áreas de acesso, como foi o caso da torcida inglesa. Eles queriam ficar nas escadas e não seguiram as recomendações dos segurança", explicou.
Segundo ele, os eventos da Fifa mudam o conceito do futebol para o público, que precisa se habituar ao novo modelo. "As novas instalações serão legados que ficarão para o país, e o torcedor está se engajando neste novo conceito. Os stewards fazem parte do novo modelo".
"Dentro de cenários possíveis que trabalhamos sobre o que pode haver durante uma partida, temos planos de contingência para as mais diversas possibilidades, como um apagão total, um incidente de terror, uma briga generalizada. Cada membro [da segurança] sabe até onde pode atuar. A gente passa a responsabilidade de uma área para outra de modo integrado. A decisão é rápida", afirmou Hilário.
No Maracanã, mais de 800 stewards atuaram internamente, auxiliados por 350 PMs – que ficam em salas de pronta-resposta. Outros 650 policiais atuaram nas imediações do estádio, apoiados por 450 guardas municipais. A Polícia Militar aumentou em 6 mil o efetivo normal de policiamento da capital fluminense. A Polícia Civil teve um acréscimo de mil além do normal, segundo José Monteiro, diretor da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge), órgão do Ministério da Justiça, que coordena a atuação das polícias estaduais, Federal e Rodoviária Federal na Copa das Confederações
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