Francisco vem imprimindo novo ritmo de trabalho e, aos poucos, vai fazendo mudanças na Igreja
João Paulo II, Bento XVI e outros papas antes deles proibiram qualquer discussão pública sobre o assunto e Francisco ainda não mencionou essa questão desde assumiu a liderança da Igreja. “Eu não vejo como isso pode, de alguma forma, fazer parte da agenda dele”, afirma Robert Gahl, teólogo da corrente Opus Dei e professor da Pontifícia Universidade da Sagrada Cruz, em Roma.
Porém, quando era cardeal, Jorge Mario Bergoglio, se referiu ao assunto do celibato de uma forma que inspirou defensores do tema a acreditar que pode haver uma mudança no futuro. No seu livro “No Céu e na Terra”, publicado no ano passado, ele afirma que “no momento, eu sou a favor da manutenção do celibato, com seus prós e contras, porque nós temos dez séculos de boas experiências, em vez de fracassos”. Entretanto, ele aponta também que “essa é uma questão de disciplina, não fé, e pode mudar”. Segundo ele, a Igreja Católica Oriental, onde o celibato é opcional, tem bons padres.
“No caso hipotético de a Igreja decidir revisar essa regra, seria por uma razão cultural, assim como aconteceu na Igreja Ortodoxa, onde eles ordenam homens casados”, afirmou o líder da Igreja no livro “Papa Francisco: Conversas com Jorge Bergoglio”, relançado no mês passado pelos biógrafos Sérgio Rubin e Fracesca Ambrogetti.
Clélia e o marido, o ex-bispo de Avellaneda, Jerónimo Podestá, foram ignorados pela Igreja Católica por muitos anos, mas Bergoglio não hesitou em visitá-los quando Podestá ficou doente, em 2000. Eles se tornaram bons amigos desde então e Clélia diz que Bergoglio ligou para ela todos os domingos nos últimos 12 anos. Eles discutiam com frequência o tema do celibato.
Clélia agora acredita que a eleição de um jesuíta que está comprometido com a expansão global da Igreja e quer reafirmar o compromisso com os pobres mostra a disposição de adotar profundas mudanças para conter a perda de fiéis.
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