terça-feira, 3 de dezembro de 2013

No RN, pesquisa usa xarope e farelo para evitar que abelhas fujam da seca

 
tngg1Um projeto de mestrado desenvolvido por um aluno da Universidade Federal do Semiárido (Ufersa), no Rio Grande do Norte, descobriu uma forma de combater o desaparecimento das abelhas, provocado pela seca. O projeto está sendo desenvolvido em alguns apiários de Mossoró, na região Oeste do estado.
O zootecnista Franklin Souza, que desenvolve o projeto, explica que as abelha são alimentadas com um xarope energético e uma farelo proteico a cada oito dias. O xarope é colocado dentro da colmeia e o farelo em um recipiente coletivo no meio do apiário. Os dois alimentos substituem o pólen e o néctar. “A gente está fornecendo uma alimentação proteica, que é o substituto do pólen para as abelhas e uma alimentação energética para conseguir manter os enxames nessa seca. Porque, com a seca severa que a gente vem enfrentando, as abelhas não conseguem encontrar nem néctar nem pólen na natureza”, acrescenta.
O apicultor Giomar Neves, que é presidente da Federação Apícola do Rio Grande do Norte, tinha 220 colmeias antes da estiagem. Em 2012, chegou a ficar com apenas 20. A perda de produção do estado chegou a 90% no acumulado dos quase 3 anos de seca. Mas, atualmente, o que se vê dificilmente seria encontrado em outros tempos. O apiário do produtor está populoso. Ele garante que só é possível manter as abelhar por causa da alimentação especial.“Agora a gente está tentando recuperar os enxames, a gente espera que no início de 2014 as colmeias estejam todas habitadas, para que a gente já possa ter uma produção no início do inverno”, diz.
Algumas colmeias também são alimentadas com açúcar puro. O objetivo, neste caso, não é produzir mel, mas renovar e multiplicar os enxames pra que estejam prontos para trabalhar quando caírem as primeiras chuvas.
Em 15 dias de alimentação para as abelhas, já houve um crescimento de 50% na população de insetos em cada colmeia. As abelhas rainhas mais antigas estão sendo substituídas por outras mais novas. Agora só falta recuperar a produção de mel, que vai depender do período chuvoso de 2014.
Até lá, Giomar espera estar com as colmeias completas. Porém, para que isso ocorra, ele está desembolsando de R$ 300 a R$ 400 por mês para alimentá-las bem. “Eu não considero gasto. Considero investimento, porque é uma coisa que vai ter retorno”, conclui o produtor.
G1/RN

Nenhum comentário: