A Caixa Econômica Federal e o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fecharam
contratos sem licitação nos valores de 200.000 reais e 350.000 reais,
respectivamente, com entidade ligada ao Movimento dos Sem Terra para
evento realizado no 6.º Congresso Nacional do MST. O evento aconteceu há
duas semanas e terminou em confronto com a Polícia Militar na Praça dos
Três Poderes, em Brasília. No quebra-quebra, 32 pessoas ficaram
feridas, sendo trinta policiais. Na ocasião, membros do MST tentaram
invadir o Supremo Tribunal Federal. As informações foram divulgadas
nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo.
A Associação Brasil Popular (Abrapo) recebeu os recursos para a
Mostra Nacional de Cultura Camponesa, atividade que serviu de centro de
gravidade para os integrantes do congresso do MST. As entidades têm
relação próxima. Para se ter uma ideia, a conta corrente da Abrapo no
Banco do Brasil aparece no site do MST como destino de depósito para
quem deseja assinar publicações do movimento social, como o jornal Sem Terra.O contrato de patrocínio da Caixa, no valor de 200.000 reais, está publicado no Diário Oficial da União de 3 de fevereiro de 2014. Foi firmado pela Gerência de Marketing de Brasília por meio de contratação direta, sem licitação. A oficialização do acordo do BNDES com a mesma entidade foi publicada três dias depois. O montante é de até 350.000 reais. A contratação também ocorreu sem exigência de licitação e foi assinada pela chefia de gabinete da presidência do banco de fomento.
A Mostra Nacional de Cultura Camponesa, objeto dos patrocínios, ocorreu na área externa do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. O congresso teve suas plenárias na área interna.
Tumulto e feridos - O congresso foi realizado entre os dias 10 e 14 de fevereiro e reuniu 15.000 pessoas. No dia 12, uma marcha organizada pelo movimento saiu do ginásio e percorreu cerca de cinco quilômetros até a Esplanada dos Ministérios. O objetivo declarado era a entrega de uma carta ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com compromissos não cumpridos pela presidente Dilma Rousseff na área da reforma agrária.
No decorrer da passeata, o grupo de sem-terra integrou-se a petistas acampados em frente ao STF desde as prisões do mensalão, ameaçando invadir a Corte. Na presidência dos trabalhos, o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a sessão que ocorria no momento.
Um cordão de isolamento feito por policiais e seguranças da Corte impediu os manifestantes de avançar em direção ao Supremo. Eles então se dirigiram ao outro lado da Praça dos Três Poderes, rumo ao Palácio do Planalto. Quando os sem-terra romperam as grades colocadas na Praça o conflito começou.
Manifestantes atiravam cruzes que faziam parte da marcha, pedras e rojões contra a polícia, que usou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os militantes. Ao todo, trinta policiais e dois manifestantes ficaram feridos.
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