Essa semana, resolvi escrever uma coluna
que une liturgia e gastronomia. Vou falar da tradição cristã da
Sexta-feira Santa. Afinal, pais e avós (de quem tem formação católica)
ensinam que não deve-se comer carne vermelha nesta dia. Acredito que
muitos se perguntam o porquê.
Fui buscar lá atrás, na
história, a resposta. Mais especificamente na Idade Média, a partir do
século V d.C., época em que o cristianismo começa a se fortalecer na
Europa e a igreja se torna uma instituição de grande influência no
poder. Tempos em que os sacrifícios em louvor a Deus eram comuns e uma
das práticas mais habituais era jejuar em datas religiosas.
Na Quaresma e na Semana
Santa, a igreja proibia o consumo de carne vermelha. Dizia que fazia
alusão ao sangue derramado por Cristo para nos salvar dos pecados.
Abstendo-nos desse alimento estaríamos nos unindo ao sacrifício e ao
amor de Cristo.
Substituía-se, então, a carne por peixe.
Este, aliás, foi o símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Ichthys,
em grego, significa peixe e ao mesmo tempo são as iniciais da expressão
“Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador”, usada nos primeiros tempos do
cristianismo quando os fiéis eram perseguidos.
Os mais apreciados eram o salmão, a
truta, o bacalhau, o esturjão e o arenque. Também se substituía a carne
por queijo, frutas secas, ovos, e a gordura, por azeite.
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